sábado, 31 de agosto de 2019

Poema "NÃO VISTO FATO PRÁ POESIA"

VÍDEO DA DECLAMAÇÃO DO POEMA PELA AMIGA ROSÁRIO SERRADO DE FREITAS.



NÃO VISTO FATO PRÁ POESIA

Não posso vestir o fato pra te dizer ó poesia
Se ele me ata os braços, como posso eu abraçar-te?…
E as calças que me prendem o andar na tua direção.

Depois, depois… a gravata, asfixia-me a respiração
Se a voz tem de sair livre como grito de andorinha
Que vive e explora o presente e o futuro adivinha.

A camisa, mesmo tendo a frescura de um rio
Contrai-me o sorriso e o palpitar do coração
Se estou no meio das tempestades da tua imensidão.

As peúgas… pobres peúgas. São quem segura as palavras simples
Que deslizam por mim como a água pelas montanhas
Por entre fragas profundas cortadas nas suas entranhas.

De facto, não posso usar o fato pra te dizer ó poesia
Porque és livre, tão livre como a branca luz do dia
Como asas de pássaro a cruzarem os céus de alegria.

José António de Carvalho, 30-agosto-2019
Foto Google



7 comentários:

  1. Agarrou num tema trivial e elaborou um belíssimo poema. A poesia é livre "como a branca luz do dia/como asa de pássaro a cruzarem os céus de alegria". Que belas imagens! Adorei.

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    1. Muito obrigado por ter gostado e pelo elogio, amiga das letras Rosário Serrado de Freitas!
      Um abraço.

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  2. Este comentário foi removido por um gestor do blogue.

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    1. Por erro meu, removi o comentário do estimado amigo e poeta João Cidade, que dizia: "João Cidade deixou um novo comentário na sua mensagem "Poema "NÃO VISTO FATO PRÁ POESIA"":

      As palavras têm que voar voar voar...
      Para poder-mos brincar com elas dando-lhes nensagens para elas levarem levarem levarem...
      Com as palavras controem-se poemas que vão nus, em missão, pelo mundo.
      Grande abraço"

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    2. Muito obrigado, amigo poeta João Cidade! Neste Caso, por erro, meu, as suas palavras voaram daqui para fora! Um forte abraço.

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  3. De facto a poesia é livre, mas é quando as almas se juntam e a cantam livremente que ela se expande... como o universo, que é imensurável. Pelo menos é o que eu acho... Parabéns pelo poema.

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    1. Suponho que se refere às almas do poeta e do leitor. Penso da mesma forma. Essa complementaridade é necessária.

      Muito obrigado pelo comentário!

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