domingo, 2 de fevereiro de 2020

Poema "COORDENADAS"

Este poema foi lido, ontem, 20-fevereiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


COORDENADAS

Os dias nascem na vertigem das nossas noites
Para se evaporarem no meio de medos hesitantes
Receando perderem-se entre as vagas do alto-mar,
Ou do veleiro que evolui precipitando-se em frente
Até se perder de vista nos confins do horizonte.

São registos surdos e latejantes dos tempos,
Ápices escondidos a desenrolar de versos e mais versos
Na ânsia de ver nascer um poema seu filho legítimo,
Legítimo de sangue, sentimento e de sentido.

Um poema legítimo dentro da legalidade de ser
Um poema que é sonho noutro sonho que se quer ter,
O quadro do veleiro esfuma-se num mar de segredos
Como a vida que nos foge por entre os dedos...

José António de Carvalho, 02-fevereiro-2020
Pintura de António Miranda


10 comentários:

  1. Muito bom José António Carvalho!
    Gostei deveras.
    Esse veleiro tem as cordenadas do sentimento certo.
    Segue ao rumo do amor. Muito bom.
    Parabéns.

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  2. Esse poema nos leva a refletir de como a vida é efêmera.Se apenas nos descuidarmos, escorre por entre os dedos sem termos aproveitado com significafo nossos dias, nossa vida!! Obrigada poeta José Antonio de Carvalho pelo belo e reflexivo poema que compartilha conosco! Parabens!!

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  3. "um poema que é sonho noutro sonho"... Destaquei este verso porque, para além de ser belíssimo define o seu poema. Parabéns 👏. Adorei.

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    1. Muito obrigado pelo seu tão honroso comentário, amiga poetisa Rosário Serrado de Freitas! Um abraço.

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  4. Excelente sonho rumo ao amor levados por um veleiro....obrigado Poeta

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    1. Muito obrigado pela leitura, comentário, e acima de tudo, por ter gostado do poema, amiga das letras Alice Coelho!

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