quinta-feira, 16 de abril de 2020

Poema "A DOR DOS DIAS"

A DOR DOS DIAS

E anda toda esta gente assim tolhida,
Com o coração a sangrar de farpado,
São farpas espetadas pela vida
Que corre como um rio, amargurada.
Pessoas que já sabem rir do nada,
Porque se habituaram a este fado.


Andam a vida inteira a pagar dívidas,
As dívidas que nunca contraíram.
E são estas almas sinceras e lívidas,
Cujos sonhos cedo eram destruídos
Alimentados em seios caídos
De futuros que antes de ser, ruíram.


Não levantados de dores antigas
E novas dores têm de suportar,
São agora várias dores inimigas…
A recente, o Sepúlveda levou,
Gente mais nova e mais velha matou,
E a lista fará caminho a aumentar…


José António de Carvalho, 16-abril-2020
Fotos “internet” e Conceição Silva


 
                                 

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