terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Poema "DIA DE TUDO OU NADA"

Este poema foi lido, no dia 30-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


DIA DE TUDO OU NADA



Quando penso que é dia de uma coisa,
Depois vejo que afinal era dia de outra coisa.


Hoje é dia de tudo.
Mas é também dia de nada.
E se todos os nadas alcançam o tudo,
E o tudo esvai-se por entre dedos
Não restando mesmo nada.


Tudo e nada
Parecem a mesma coisa.


É assim que nunca me iludo:
Nunca fui nada.
Nunca tenho nada.
Nunca quero nada.


Além disso, o tudo eu sinto,
Porque tenho tudo e nada.
Se lhes disser que é só o nada,
Também lhes minto…


José António de Carvalho, 26-janeiro-2021
Pintura de Monteiro da Silva – ARTE CELANO GRUPO DE ARTISTAS





4 comentários:

  1. A ambiguidade do tudo e do nada! Escrita comemorável. Beijinhos. Saúde Poeta

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  2. Muito bom! Um jogo de contradições que afinal não o são.
    Gostei muito.
    Abraço.

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