REVELO-ME ATRAVÉS DE SIMPLES VERSOS (Reservados os direitos de autor)
domingo, 25 de fevereiro de 2024
Poema "SEDE"
quinta-feira, 15 de fevereiro de 2024
Poema "LUZ"
LUZ
Nunca desisti.
Segurei tantos estilhaços,
também muitos sonhos
entre os meus braços.
Bebi a luz aos poucos
vislumbrada lá do fundo
deste mundo de loucos
ou doutros doutro mundo.
Jurei a mim mesmo
que o caminho continuaria
e que o sonho perseguiria
como rio que não para…
chegar a calma enseada
e no seio da alquimia
alcançar a madrugada
nesse leito de poesia…
José António de Carvalho, 15-fevereiro-2024
terça-feira, 13 de fevereiro de 2024
Poema "MOMENTOS DE SORTE"
MOMENTOS DE SORTE
Sou um afortunado
quando em mim se geram
sentimentos sublimes.
Quando irrompo na melodia
sem esconjurar o silêncio
onde moro na persistência.
Quando abraço a luz
que foge de entre as abas
dum surdo suspiro de lábios
a abafar sonhos quentes.
Quando da ternura me enleio
abrindo relíquias coloridas
das simples palavras de permeio
arrancadas do cerne, e tão sentidas.
José António de Carvalho, 13-fevereiro-2024
segunda-feira, 5 de fevereiro de 2024
CARTA DE AMOR
Ah meu amor,
A música que me vibra nas veias tempera o sangue tomado pelo amor que se soergueu bem alto dentro de mim, sulca-me a alma às profundezas do mar e lança-me no tempo da leveza, como o pássaro que se aventura na liberdade do voo ao abandonar o calor do ninho para sentir o prazer de sorver todo o perfume da primavera.
Como é bom. Como é bom… voltar a estremecer inseguro pela aproximação da força crescente do magnetismo que me aspira o espírito, sentir o cheiro da terra quente acabada de ser lavrada em pleno abril, abrir os olhos e lavá-los nas lágrimas de felicidade de um sorriso depois de te beijar.
sábado, 20 de janeiro de 2024
Poema "CABE NUM DIA"
segunda-feira, 15 de janeiro de 2024
Poema "A SEGUNDA FUGA"
A SEGUNDA FUGA
Às vezes fujo por entre densos arvoredos,
outras por entre casas cavernosas vazias.
E enquanto fujo vou escapando a medos,
no acesso a horas ainda mais tardias.
Depois, lá encontro... e logo me defronto:
com a terra, com o mar, com as estrelas;
palavras que em dicionários não encontro
e que antes pensava serem as mais belas.
E as flores… as flores e a vida.
As flores que lembram sempre a minha terra;
essa terra cheia de vida que me vai engolir.
E aí é que se dá a guerrilha dentro de mim,
que mais cedo do que tarde será uma guerra.
Oh… essa guerra a que ninguém pode fugir,
que passará a certeza de um esfumado dilema:
se viver é pior ou melhor do que o que está para vir.
E não é hora, nunca é a hora para o fim do poema.
José António de Carvalho, 11-janeiro-2024
quarta-feira, 10 de janeiro de 2024
Poema "PRIMAVERA SONHADA"
PRIMAVERA SONHADA
Sonho com a primavera
neste janeiro decadente
e com esse sol ausente.
Alma triste em corpo frio
enrolado enquanto espera,
morrendo a cada arrepio.
Eles não sabem que o sonho
com que sonha toda a gente
é um sonho diferente
da água a descer o rio.
Assim eu sigo tristonho
e ela desliza em delírio.
Eles não sabem que sonho
com poesia cantada
em versos à minha amada
nos dias de primavera.
sonhe sonhos que eu tivera.
José António de Carvalho, 10-janeiro-2024
sexta-feira, 29 de dezembro de 2023
Poema "NATAL E ANO NOVO"
NATAL E ANO NOVO
Tentei escrever algo poético sobre o Natal e Ano Novo, e não consegui.
Não consegui elevar-me nos sentimentos bons e adornados com florinhas;
nem mergulhar nas brisas frescas do mar;
no doce calor de um lar,
de uma família,
ou de uma singela cama com perfume primaveril
coberta de papelinhos com pedidos e desejos
para o Natal e ano de 2024.
Sinto, isso sim,
as grades frias do mundo que nos aprisiona o corpo,
e esta sociedade que nos venda os olhos
tornando-nos mais cegos do que morcegos expostos à luz do dia.
Sabemos lá o que é a luz se só vemos flashes direcionados ao sol do meio-dia.
Ontem acreditaria no amor
se não observasse agora que o ódio é menos malévolo
do que a indiferença carregada pela neutralidade.
Tenciono odiar os neutros,
e os estados de neutralidade,
e o politicamente correto.
José António de Carvalho, 28-dezembro-2023
quinta-feira, 21 de dezembro de 2023
Poema "MÃOS NATAL"
MÃOS NATAL
Se as tuas mãos ajudam
são sempre mãos limpas;
ainda que estejam sujas
é reconfortante senti-las.
Estender a mão e ajudar
é pegar no grão e semear.
sábado, 16 de dezembro de 2023
Poema "NATAL, QUE LINDO, SE…"
NATAL, QUE LINDO, SE…
Ah, que sonho lindo
esse natal de menino,
cujas prendas eram sonho.
E a luz era pouca
para ver os ponteiros
unirem-se à meia-noite.
Ai, que alegria louca…
O menino lá deixara
cair no gasto sapatinho
três rebuçados “catraio”
e um chocolate pequenino.
havia ainda a camisola,
que depois de remendada
ficara outra vez nova.
Em nada era o Natal de hoje,
dum mundo em que tudo foge…
de loja em loja,
de carro em carro,
de telefone em telefone,
de consola e televisão,
computador ou outra diversão
que põe o Homem fechado.
Também as macro diversões
com gente aos repelões
e outra acantonada
vencida pelas ilusões,
que abafam sons de aviões,
de mísseis e canhões,
em matança desculpada.
E as mais incríveis poluições
nesta Terra tão maltratada.
Esta… a traição das traições.
Depois…
Mensagens quase virgens
de desumanos aldrabões,
cujas palavras dão vertigens
e asfixiam pulmões
de desalinhados, não seguidores,
indo-se-lhes a vida em horrores.
E eu pergunto a todos os presentes:
Será isto Natal, meus senhores,
encobrir maldades e seus autores
que espalham morte a inocentes?
José António de Carvalho, 15-dezembro-2023
segunda-feira, 11 de dezembro de 2023
Poema "PARABÉNS, QUERIDA MÃE!" - 09-12
PARABÉNS, QUERIDA MÃE!
Cada ano que passa
é passo no trilho feito,
é graça que grassa
desse teu jeito.
Devagar, avanças a idade
nas brisas que a vida dá.
Fica o que se aprende,
se é, e se estende
a alguém, aqui e acolá.
Soerguida do fio da dor
e de alegria contraída
das mutilações ao coração.
Mas subsistes com esperança
no amor aos que tens;
ainda são os teus bens,
e que te rendem amor,
carinho e dedicação.
José António de Carvalho, 09-dezembro-2023
segunda-feira, 27 de novembro de 2023
Poema "AMA-ME"
AMA-ME
Ama-me por dentro,
que por fora é ilusório.
É campo que seca,
rio que resseca,
rio que morre
antes de chegar ao mar.
Ama-me neste cinzento,
que mistura o negro passado
com o branco do momento.
Ama-me assim:
com azuis sobressaltos
e verdes esquecimentos…
Mas sempre a sonhar
com pinheiros altos
e flores de jasmim,
com veleiros a navegar
nas vagas do alto-mar…
Sendo este o espaço
de chegares até mim
no tempo de um abraço;
e ficarmos assim,
marcando compasso,
para o dia não ter fim.
José António de Carvalho, 27-novembro-2023
sábado, 18 de novembro de 2023
TEXTO "MUITO"
sexta-feira, 10 de novembro de 2023
Poema "NA TERRA DA GUERRA E DO METAL"
NA TERRA DA GUERRA E DO METAL
Sou desta terra que vive de olhos postos no além,
e vivo na avenida que segue sem se saber o fim.
Esta terra que fica na Terra onde há guerra
que mata inocentes e soldados também.
Disparo revolta à volta das letras que grito,
bombas e balas de paz na terra de ninguém,
Mesmo não tendo importância para quem
só lê letras dos metais de quem é rico.
E… quem puder, por contrição, que mude;
eu, pelo mesmo motivo, por aqui me fico.
José António de Carvalho, 10-novembro-2023
terça-feira, 7 de novembro de 2023
Sátira "O DIÁLOGO"
MARCELO E COSTA
O DIÁLOGO
- “Galamba” Sr. Presidente,
Que mau “Cordeiro” me terá visto
Para me meterem nisto?
- Não faço ideia! Disse Marcelo.
Há muito que te avisei
Daquele astuto mentiroso…
Agora apenas te direi
Que para mim é penoso
Ver-te, também, ir embora!
Tu ainda por aqui ficarias
Não viesse a ordem de fora!
sábado, 4 de novembro de 2023
Poema "A TRAVESSIA" (Inspirado no quadro de Monteiro da Silva)
Essa paisagem cortada ao meio pelos castanhos outonos de águas ainda mornas, que se nega a não sonhar com a vida quando o sol a visita na sua aparição pela outra margem.
Há sempre um abismo a vencer,
há sempre uma ponte para atravessar. Há sempre o outro lado para sonhar, há
sempre um tempo que nos quer acolher.
Há sempre as repetidas
primaveras que trazem a luz à escuridão dos olhos da alma, que quase adormece
em todos os invernos da terra e em todos os invernos da vida.
Mas os olhos ainda vislumbram a
ponte… Uma ponte de travessia e sonho, seja ela de luz, de água viva duma fonte,
ou simples pincelada divina nas águas inquietas, que, lá no fundo, inspiram a
arte e a poesia.
quinta-feira, 2 de novembro de 2023
PENSAMENTO
ALGO QUE PODEMOS MUDAR?
(no dia dos fiéis defuntos)
José António de Carvalho, 02-novembro-2023
quarta-feira, 1 de novembro de 2023
Poema "LEVA-ME A SAUDADE"
HOMENAGEM AO MEU PAI E AO MEU IRMÃO (01-Novembro)
LEVA-ME A SAUDADE
Pega-me na mão e leva-me para onde o sol se sinta ameno,onde as palavras mesmo que surdas sejam ricas;
onde se cultivem os campos com almas despidas,
e se sinta que deixaste o ar mais leve e o peito mais fértil.
Que a robustez líquida do sentir angarie fiéis
para que possamos gritar pela verdade do amor.
Grito no cimo deste monte de saudade...
José António de Carvalho, 01-novembro-2023
terça-feira, 31 de outubro de 2023
Poema "PÁGINAS DE NOVEMBRO"
PÁGINAS DE NOVEMBRO
Chega o novembro cinzento
no seu profundo lamento
sem pena e cor de esperança
de ver fim a tanta guerra
que explode na fria terra,
malvado hino à ganância.
Pego nas folhas que caem,
são lágrimas da paisagem
do despir da natureza
que de si já tanto sofre,
sangue das veias da estrofe
onde mergulho a tristeza.
José António de Carvalho, 31-outubro-2023
domingo, 22 de outubro de 2023
Poema "POESIA DA VIDA"
Ah… esta minha terra e este mar,
que me trazem recordações
de quando acordo p'ra viver;
o hoje e o amanhã que mais quero
calando o ego - quero e posso
para ser o que posso ser.
Esta ideia, esta alma de povo,
abrigam-me de sobressaltos,
ter em cada dia tudo novo
sendo igual sem se repetir
em mais um dia para subir
a alcançar pensamentos altos.
Tendo isto, tenho quase tudo,
com os versos em liberdade
e a vida descomprometida,
a morte viverá escondida,
e a poesia não será miragem
estampada em bela paisagem
dentro da minha própria vida.
José António de Carvalho, 12-outubro-2023