quarta-feira, 11 de julho de 2018

Poema "Por ti me revelo Poesia" (soneto)


Por Ti Me Revelo Poesia

Revelo esta paixão diante dos teus olhos
Como frágil flor que se abre à luz do sol,
Desajeitado, ingénuo até, coração mole,
Somo páginas e páginas de poemas análogos.

A pálida melancolia vagueia neste corpo inerte,
Férteis encantamentos, reais ilusões de poetas,
Reduz verdes pradarias a áridas paisagens desertas
E outra beleza lhes dá, na poesia tudo se converte.

A ilha perdida que chora ao ouvir o teu poema,
As minhas incompreensões da vida ou contradições,
São abrigo de sentimentos da tua natureza amena.

Nos desencontros de encontros vou voando por aí
Passando na vereda do desejo, entre vales e cores,
Enrolada no sofá inflamas-me a ser ou não ser para ti.


JA18C















https://www.facebook.com/JAdeCarvalho.JAC/videos/1012238705618838/













sábado, 7 de julho de 2018

Poema "Desencontros de encontros" (soneto)


Desencontros de Encontros

Foste embora mesmo sem teres ido,
Partiste de mim sem teres partido,
Por este ardente amor que não te dei
Fugiste de mim, pr’a onde, não sei.

Agora desespero porque não te tenho
Até a água reflete o teu rosto meigo
Quando a minha cara soturna lavo.
Partiste só. Fiquei só, e teu escravo.

Escravo acorrentado dentro de mim.
Servo de ti. Conseguirei eu viver assim?
Num tempo co’amor viva desencontrado,

Ou num julho que na praia tenha nevado,
E que d’um manto branco se tenha vestido?
Esta dor no coração bem a tenho merecido!

JA18C













quarta-feira, 4 de julho de 2018

Poema "Quadrado amoroso" (soneto)

Poema a Concurso na Página dos "Poetas de Indaiatuba" FB
Menção Honrosa - Tema: Lua

Quadrado Amoroso

Parece que tens o teu caminho traçado,
Fechada nessa tua aura de paixões doentias
Pelo Sol lá no alto, resplandecente e calado,
Tornando-te ridícula durante todos os dias.

Se me brindasses com um avo do teu olhar,
Não irias de quarto em quarto como louca!
Dar-te-ia todo o meu amor à luz de cada luar,
Renovado a cada mês, que esse olhar apouca…

E a Terra? Vives-lhe amarrada nesse jeito d’amar,
Dando-lhe luz branda em noites de céu limpo,
Cheia e mágica, nesse amor cego, pronta a dar.

Neste quadrado amoroso que não quero estar,
Tempestades poeirentas nos teus seios vazios.
Apenas tens sonhos. Esvaída de água no teu mar.

JA18C
(foto do autor)










segunda-feira, 2 de julho de 2018

Poema "AS MINHAS INCOMPREENSÕES DA VIDA"



AS MINHAS INCOMPREENSÕES DA VIDA

Sofrer por um Amor
É tal a sorte na vida,
Que só no desamor
Se sabe da dor sentida.

Terá este barco destino?
Tão breve o seu rumo,
Quão tanto queres o limbo
E tão pouco a mim, presumo!

E os sonhos guardados?
Serão imagens vividas?
Quadros jamais pintados
Em telas vazias, perdidas…

Cada pincelada na vida
E nota musical mal tocada,
Descolora a paisagem colorida,
Tom de orquestra desafinada.

Ó vida, vida… E tu?
Se andas meio perdida
Neste coração te pões a nu,
Deveras incompreendida.

JA18C
Foto do Parque a Devesa em 2018








quarta-feira, 27 de junho de 2018

Poema "Inverno, Verão ou Não?" (soneto)


1º PRÉMIO


MENÇÃO HONROSA - TEMA: INVERNO (Poetas Indaiatuba, Brasil)

Inverno, Verão ou Não?

Solstícios de Junho, o que afinal nos dão?
Nesse Inverno ameno desabrocham camélias,
Em Portugal, num agreste e quente Verão,
A salgueirinha regala-nos com doces vigílias.

Parece contradição. Mas então o que será?
Vejo complementaridade. E nesta realidade
De Universo imperfeito que tudo nos dá,
Sinto-o mais que perfeito, apesar da idade.

Terão assim sentido os heróis da navegação,
Que corajosamente atravessaram o oceano
Pelo caminho da morte, sem perder a ambição,

Atracaram no Outono sem o Verão ter passado,
Tão pouco a Primavera sentiram em sonho insano.
Entraram no Inverno a beberem o Verão deste lado.

JA18C




segunda-feira, 25 de junho de 2018

Poema "Minha Modesta Casa" (soneto)

Desafio de Poesia lançado por Verônica Noblat (Poetas de Indaiatuba)

Minha Modesta Casa

Veste-se de branco de Verão a Verão.
Exposta noite e dia ao Sol e ao vento
À chuva e ao calor… parece um coração.
Nela sinto os doces sonhos que alimento.

O verde envolvente salpicado de cores
Traz-me a calma que preciso neste inferno
De mundo moderno. Afago os olhos nas flores,
Agravo as minhas dores com o frio do Inverno.

Aqui cresço a felicidade de viver, dia após dia.
Nela me dou intensamente aos sentimentos.
A poesia flui intimamente nesta harmonia.

Olho o monte íngreme e seco. Logo me delicio
No frondoso jardim do palácio, diverso e fresco.
Olho o milho nos campos. Vejo o sorrir do casario.

JA18C






sábado, 23 de junho de 2018

Poema: "Encantos e Santos de Junho"



Junho – Mês do Verão e das Festas dos Santos Populares

Encantos e Santos de Junho

As pessoas saem às ruas como bandos de pardais,
Dando boas-vindas ao Verão e aos Santos populares,
Alegria contagiante que se espalha por milhares…
Lares, ruas, praças e jardins abrem portas aos arraiais.

O que diria Santo António sobre os casamentos
Que se fazem sob sua égide? Mas alguém ousaria
Pensar que mais feliz seria se casasse noutro dia?
Nas suas mãos entregam o amor e seus assentos.

Porventura S. João terá desse amor melhor confirmação,
Grande noite de folia, salpicada de alegria até nascer o Sol,
Ah… que bom seria se o tempo andasse como o caracol…
Fogueiras e sardinhas, danças e balões passariam do Verão.

Este jovial encanto de junho para muitos ainda é segredo,
Não investem no bem da sua alma e no gosto pela folia,
Perdendo a tradição ao fecharem o coração à alegria.  
Mas podem ainda tomar-lhe gosto nas festas de S. Pedro.

JA18C



terça-feira, 19 de junho de 2018

Poema "O teu poema"

O teu poema

Aqui me revelo nestas linhas que te escrevo,
Num livro desejado mas amarelado pelo tempo.
Tempo que passa e que consigo vai levando
Jardins, luares verões, primaveras e sonhos...
Do tempo que passa e que não voltaremos a ter.
Ficam os invernos, as sombras, as angústias, o frio...

Este hediondo mundo calado de tanto barulho
E cuja escuridão das noites salta literalmente para os dias.
Não fora uma vista de esperança por esta janela,
Este sonho com jeito de sorriso de criança ingénuo,
Ou a irreverência do jovem na descoberta do mundo,
Que alcança todo o meu corpo, levando-me até ti.

E assim não resta mais do que um corpo paralisado
Que sobrevive ao passar do tempo, lentamente...
Como a chama da vela, se pode apagar de repente,
Não havendo sentimento que a sustente,
Ou um abraço que o alimente,
Ou um poema triste de amor.

JA18C



quarta-feira, 13 de junho de 2018

Poema "Amor" (soneto)


Participação no Concurso "Menção Honrosa" - Poetas de Indaiatuba (Pg. FB)

O poeta imortalizou-o definindo-o assim:


 “…é um fogo que arde sem se ver…”.
(Luís Vaz de Camões)

Eu digo que…


Amor

É fogo que arde em nós e que se vê,
É ferida que na ausência dói e sente,
É estado d’alma que nos acrescente,
Dor que procuramos e queremos ter.

É envolver o nosso corpo por inteiro,
Na ânsia de nos querermos entregar,
É um parar para continuarmos a andar,
O jardim da vida alimentá-lo primeiro.

É nos deixarmos ir na força da corrente,
Fixar os olhos saciados no mar adormecido,
Sentirmos por dentro o sangue fervente.

É permitirmos chegar sem termos partido,
Olhar para trás e ver que seguir em frente,
É tornar terreno árido em jardim florido…

JA18C




segunda-feira, 11 de junho de 2018

Poema "Voando por aí…" (soneto)



Voando por aí…

Acordo cedo e de pensamento leve,
Um impulso para o belo diz-me:
Senta-te, transcende-te e escreve.
Eu escrevo. O espírito conduz-me…

Como gaivota que plana aleatoriamente
Sobre águas calmas, e doçura espalha:
Formas e alma, dispostas suavemente,
Imagens tuas que meu coração espelha.

No regresso a mim sinto este aperto
De que a viagem por ti é mar sem fim,
Regresso d’ ave que se solta não é certo.

Passará o voo da tua vida por aqui?
E este teu regresso será para mim?
Ave solta pode apenas querer voar por aí...

JA18C



domingo, 10 de junho de 2018

Poema "Soneto a Camões no seu dia – 10 junho" (soneto)


Soneto a Camões no seu dia – 10 junho

Camões, ó grande Camões!
Quase quinhentos anos depois
Alguns lá vão ganhando tostões
E os poemas são aos milhões.

O computador substituiu a pena.
Até a inspiração a Pessoa fugiu,
A alma mantém-se coisa pequena,
Procuram-na cá… Ninguém a viu,

A fama, algo esquiva, bem se poupa.
Os encontros no céu estão marcados
Doutros Camões vestido na tua roupa.

Soneto pobre para teu glorioso dia.
Esforço-me para acabar este terceto
Sem a tua métrica, melodia e magia...



JA18C





quinta-feira, 7 de junho de 2018

Poema "Natureza da minha vida" (soneto)


Natureza da minha vida

Por mais que rebusque nas palavras
Que rareiam ao almejar escrever-te,
Pela beleza aclamar-te e cantar-te,
Reprovar-te pelas ações macabras.

Essa tua aura de Deusa imprevisível
Espalhada por mares, rios e montes,
Lagos, planícies, planetas e horizontes,
Fazem de ti aliada vital, bela e temível.

E o mal que te faço? Mereço que apontes:
Esgoto-te recursos, agrido-te toda a beleza,
Altero-te o âmago celular. E não consentes.

E se procedo ambiguamente, sem a firmeza
Que mereces, revoltas-te e deixas-me doente,
Não mereço de outra forma: Mãe natureza!!!

JA18C




quarta-feira, 6 de junho de 2018

Poema "Mar salgado, doce amar" (soneto)




Mar Salgado, Doce Amar

Gosto das manifestações do mar
As ondas tudo levam, tudo trazem
Ora enrolam e abraçam, ora expelem
Como os humanos no jeito de amar.

Mar, se és salgado és também doce
Na doçura do teu rosto salgado
Dás tudo e tudo levas pró teu lado
É tão factual como em ti o sol pôr-se.

Azul imenso das águas marinhas
Refletem a alma, incandescente sol,
Tanto agitas este coração mole.

Por que perguntas… Por que não adivinhas?
Que o mar e o coração têm duas linhas
Dar e receber, voltar e ir… como o Sol.

JA18C




terça-feira, 5 de junho de 2018

Poema "Meu Portugal"

Meu Portugal

Amo deveras este meu país!
Na pureza das águas cristalinas dos riachos
Deslizantes por fendas e escarpados das montanhas,
Na liberdade das aves, no seu voo suave e aberto,
O brilho do Sol que nasce e que além se afoga no mar.
Sonho as cores vivas das flores que nascem nos soutos.
País ao qual me dou, que nada me fala e tudo me diz.

Sou um fã deste Portugal!
Deliro com os seus grandiosos e mais belos feitos,
Com as suas vitórias. Carrego em mim as suas glórias
Passadas e presentes, longínquas ou futuras…
São a história do teu povo habituado a sofrer.
Obrigam-te a trocá-lo por interesses alarves e incógnitos,
Ou ambições opacas e desviantes, de loucos…
Todavia, vamos erguer Portugal aos poucos.

Sou um orgulhoso de ti!
Do teu mar e das praias largas ou estreitas de areia dourada,
Dos planaltos serranos, dos queijos e da flor das amendoeiras,
Das ilhas nascidas no oceano, beleza tenra, filhas da natureza.
E quem desce do Norte, cai em boa sorte nas superfícies planas,
Passando dos planaltos regados pelo Tejo às planícies alentejanas.
Almas calmas deste povo diverso e unido, velho e novo, que canta
E clama o país que ama. Queremo-lo vivo!
JA18C


segunda-feira, 4 de junho de 2018

PRÉMIO DE POESIA - "Grupo Poetas de Indaiatuba"


Sonhos & Pensamentos - José António de Carvalho
Publicado por José António Carvalho1 h
Este foi o meu agradecimento ao "Grupo Poetas de Indaiatuba" pela distinção atribuida.

"Tive um enorme gosto em participar neste concurso, a primeira participação, sou novato, e constituiu um orgulho e satisfação para mim, este reconhecimento dado pelos leitores, até porque a diferença cultural portuguesa e brasileira é sempre notada, mas devemos somar as diferenças e não subtrair. A eles, o meu agradecimento.
Um agradecimento especialíssimo aos mentores laboriosos do concurso, que só engrandecem a poesia em cada um de nós, e a todos poetas que contribuíram com o seu melhor.
Viva a POESIA!!!!"


Poema "Mais do que um sonho" (soneto)


Mais do que um sonho

O teu sorriso tem este sublime ensejo
De me fazer feliz e dar-me novo mundo,
Sorriso de sonho real em sono profundo,
Doçura contida nos lábios por um beijo.

Revolvo-me em mil memórias tuas felizes,
Deste acordar febril na penumbra de num dia
Pela janela entreaberta ver-te, beleza fugidia…
Agarrado a este sonho, só porque não dizes:

Que és a flor do meu jardim, minha alegria,
Eu, o teu espaço, o ar, a seiva, as tuas raízes,
Sendo tu a mais bela ninguém te confundiria.

A única flor à minha janela, que bem me ficaria
Dizer a toda a gente do amor que não me dizes,
Olhando-nos tão felizes do acordar em novo dia.

JA18C



sexta-feira, 1 de junho de 2018

Poema "Porquê"


Sonhos & Pensamentos - José António de Carvalho· 
(Para o aniversário de nascimento do meu pai - 03-06)


Porquê…

Sentimos o vazio da falta
Apenas quando não temos,
Choramos amarguradamente
A perda, porque perdemos.
E não nos avolumamos se temos,
Enchemos de alegria e voamos
Para os braços, enquanto podemos,
E dizemos o quanto te amamos?!

Fica esta perene e seca angústia,
Dor surda de mágoa pela ausência.
O horizonte negro, cheio de vazio,
E o teu lugar único sem presença…
Fica a saudade do olhar que protege,
Do sorriso agradecido na tristeza,
Que nos enche e engrandece,
Preenche e enche-nos de amor.

Tenho a certeza de que hoje
Continuarias a ser ombro seguro,
Que me secarias estas lágrimas
Que alagam os meus olhos tristes,
Que derramam e brotam de mim.
Que apagarias a dor que aperta o peito,
Deste nó cego que jamais se desatará.
Amor que só a morte o resolverá!...

JA18C