quinta-feira, 17 de janeiro de 2019

Poema "Nos Teus Olhos"


Nos Teus Olhos

À tarde,
Quando a vida se entristece
A tua beleza em espelho d’água reflete…

Cor do céu azul são os teus olhos.

As árvores verdes são as tuas vestes
Pedindo-me que te ame naturalmente
E assim me perco humanamente…

E a cor do céu azul são os teus olhos.

E a montanha coberta de neve
Que se derreterá cedo ao calor do sol
Ah, calor ardente se evade deste coração mole…

E a cor do céu azul são os teus olhos.

E o meu sentimento por ti?
Paisagem deslumbrante que descobri
No meu coração d’água refleti…

Os teus olhos na cor do céu!

JA19C




quarta-feira, 16 de janeiro de 2019

Poema "Ventos" (soneto)

Ventos

Ai se visses como me sinto leve
Com leveza da folha de papel,
Se estes escritos te sabem a mel,
Doce néctar da alma de quem escreve.

Oh, minha doce rosa de cor púrpura,
Se o teu perfume no mar for lançado,
Mais deixas o meu coração agitado,
Nestes versos o meu sentir se apura.

São evidências da desastrada alvura
Que encaro a vida, e como tem custado
Pagar o preço que me foi aplicado,

Por fraqueza minha e grande amargura,
Espero calmo os dias de ventura
Vinda no vento comigo a teu lado.


JA19C





segunda-feira, 14 de janeiro de 2019

Poema "REPETIÇÕES SEM LAMENTO"

Este poema foi lido pela poeta Paula Laranjo, na sua rúbrica "Polinizar o Dia com Poesia", na edição de quarta-feira 29-12-2021.


REPETIÇÕES SEM LAMENTO

Tudo na vida se repete…
Como na canção se repete o refrão,
Ou a terra na sua rotação.

Repete-se o dia na promessa d’alegria,
A tarde, talvez, em fazer vingar o dia.
Mas cai a noite, para se repetir a desilusão…

Repetem-se os risos, as emoções,
Os sonhos e as ilusões…
Que não param de desenrolar.
Como a roda, que é sempre roda
Mesmo parada no lugar.
A mesma roda que nos faz andar.

Mas não se repete o tempo.
Porque esse passa à história
Dos quem têm memória.
E quem não a tem
De nada fica refém.

E de que importa o lamento,
Se o coração se repete no bater,
No querer, no sentir, no viver…
Mas que também deixará de se repetir,

E deixará de voar
Para se deixar cair, e ir…
Sem alguém se lamentar,
Talvez, sem que alguém se importe…

JA19C
José António de Carvalho
Poema reformulado em 01-outubro-2021 para integrar o desafio semanal do programa "Livro Aberto" da RVA.






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quarta-feira, 9 de janeiro de 2019

Poema "O DESPERTAR FRIO DE JANEIRO"

Este poema foi lido, no dia 09-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


O DESPERTAR FRIO DE JANEIRO

O sol levanta-se tímido no horizonte,
Janeiro frio, até me arrepio.
A casa vazia, o mundo vazio,
Ainda por cima está tanto frio.

Logo hoje que acordei cheio de energia,
Pensava eu que ia ser um dia de alegria.
Mas não!

Em seguida mergulhei no frio que entrou pela televisão.
Não foi em vão…
Abri o frigorífico e o pacote do leite também estava gelado.
Tão frio quanto o nariz de cão.

Abri a porta e pus os olhos lá fora,
Lembrei-me dos tempos em que ia diariamente para o trabalho,
e de como avançava sob chuva, frio, geada…
Agora não o consigo fazer,
se calhar não consigo fazer nada,
fico a tremer só de pensar nas pessoas geladas.

E está tanto frio…
Mas eis que lembro de ti.
Aqueci do frio e esqueci.
E fiquei a pensar só, em ti!...

JA19C 




segunda-feira, 7 de janeiro de 2019

Poema "Estreitos" (soneto)


Estreitos

Estes caminhos que a ti me levam,
Ou todos os nossos momentos pálidos
Despertos em sinceros risos cálidos
No calor da chama ardente nevam.

Estreitos, são nós dados nos abraços,
O tempo que medeia a noite e o dia,
Corpo adorado em finita alegoria
Do êxito dos encontros escassos.

Estreitos, o coração e os compassos
Na busca de sentido para novo dia
Em cores vivas de flores se irradia.

Estreitos, os nossos débeis laços
Ofuscados pelos laivos da paixão
No teu corpo flamejam de alegria.

JA19C


Foto: Santuário do Sameiro - Vista panorâmica da cidade de Braga no cair da noite



sexta-feira, 4 de janeiro de 2019

Poema "Poesia à Nossa... Saúde!"

A pedido de uma pessoa amiga, fiz este poema intitulado: Poesia à Nossa... Saúde!
Para ser lido num colóquio subordinado ao tema "Saúde".
Que tudo corra bem! 🌠👏🌺



POESIA À NOSSA…
SAÚDE!



A poesia não é coisa vã
Faz-se ao som d’ alaúde
Em corpo com saúde
E ideias em mente sã.

És tão bela e adorada
O quanto eu te quero
Que causa desespero
Ver-te tão maltratada.

O ritmo musical forte
Em coração revigorado
Pelo exercício praticado
Teremos melhor sorte.

Os olhos ao verem o mar
Abrem sorrisos reprimidos
Evitando os comprimidos
Melhorando o bem-estar.

A alimentação saudável
Aos campos vai comer
Ou nos mares abastecer
Frutas, vegetais e sável.

O equilíbrio é virtude
Não sendo leviandade
Tê-lo em qualquer idade
E agradecer os cuidados de Saúde.

JA19C




segunda-feira, 31 de dezembro de 2018

Poema "Feliz Ano Novo"


Feliz Ano Novo!

Cada segundo é uma volta
E nas voltas do minuto,
Mais sessenta a hora solta
Em mais vinte e três loucas
Um dia que nos fecha as bocas.

Em sete dá-nos a semana,
Corridos por cinquenta e duas,
Com mais uma ou duas luas,
Nas fases a esfera não engana,
Faz de novo correr o pano
Pra fechar mais um ano.

Cada ano que se encerra
Muito de nós carrega…
O muito que deixámos
Ou que nos acompanhe
É pretexto pró champanhe.

Uma volta dada pelo ovo
Põe-nos no ponto de partida
Somadas mais voltas na vida.
Respiramos fundo: Aaaah…
Sorrimos a todo o mundo
E damos Vivas ao Ano Novo!!!!

JA18/19C





sábado, 29 de dezembro de 2018

Poema "Encontro"


Encontro

O nosso encontro secreto
Dá-se lá longe
Ao largo, no horizonte
Onde o sol se une ao mar,

Reluzente tesouro
Brilhante como ouro
Místico e real
Fogo intenso e carnal.

E tu eclodes das águas
Com a força de furacão
Pra equilibrar na tempestade
Os ventos oprimidos
Neste pobre coração.

JA18C



Poema "Ao Ritmo da Música"


Ao Ritmo da Música

Não há luzes nem traços
Apenas os teus passos

Que marcam o ritmo
Do coração

Em aproximação
E nos leva à libertação.

No calor dos abraços
A ponta dos dedos

Dissipam os medos
Desvendam os segredos

Em nós bem guardados
De poemas nunca rasgados.

JA18C



sexta-feira, 21 de dezembro de 2018

Poema "Noite de Natal" (soneto)


(Participação no Sarau União Poética Académica da Academia Virtual de Arte Literária, br.)

Particação no E-book de Natal do Grupo Solar de Poetas. (Ver página 60) 

https://issuu.com/correiasepulveda/docs/ent_o__ser__natal__livro_?fbclid=IwAR0Qolf1L1TVkq0wAscsv_qfZZz0MRkoMp7z4H0yWGN5cVLoXbao_vZQ78Y


Noite de Natal 

Irrompe no céu majestosa estrela
Carregada de sentimentos belos,
Entra em casas modestas e castelos
Pela larga porta ou exígua janela.

Raio de luz que entra no coração,
Não diferencia nem discrimina,
Brota a mais pura água cristalina
No Homem, apelando à união.

Irrompe no céu estrela majestosa,
Alba e perfumada, a vida ilumina
Dando ao mundo noite gloriosa.

Irrompe no céu a estrela de Natal
Que nos atenua as dores e mágoas.
Natal é Natal! Tão diverso e igual!

JA18C




terça-feira, 18 de dezembro de 2018

Poema "Zé Povinho, Novo ou Velho é o Vinho" (soneto)



Zé Povinho, Novo ou Velho é o Vinho

Como ninguém, conhecem-no tão bem,
Sempre Zé, venha ele de onde vier,
Zé simples… sê-lo-á onde estiver,
Ainda que queira parecer alguém.

A ansiedade social o faz,
Pelo esforço do trabalho amealha,
Nunca passa da mísera migalha,
Quem o esmifra é que se satisfaz.

Pobre Zé, muito irritado lá ralha,
Mesmo sendo bastante astuto e audaz,
Acaba por crer que é sua a falha.

E assim se reduziu a luz fugaz,
Não passaria o pátio da gentalha,
Pois não é o lugar que o satisfaz.

JA18C





domingo, 16 de dezembro de 2018

Ebook de Natal do Grupo "Solar de Poetas" (3 poemas meus nas pág. 190 a 195)




Ebook de Natal do Grupo "Solar de Poetas".
Entre os muitos e belos poemas de Natal encontrarão 3 poemas meus. (pág. 190 a 195)
Agradeço a simpatia e gentileza da poetisa e administradora desta página do facebook, Rosa Maria Santos. 👏
VOTOS DE FELIZ NATAL E BOM ANO DE 2019!


Copie este endereço e cole no motor de busca google

https://issuu.com/rosammrs/docs/belem_efrata__livro?fbclid=IwAR0xD6tmauUkajiif3jwNPqGOpcIXl-OAa3fMbU0njNPXxIXdVY28Gdb_EI






terça-feira, 11 de dezembro de 2018

Poema "Às Vezes, e São Tantas as Vezes" (soneto)


Às Vezes, e São Tantas as Vezes

Às vezes vejo tudo tão etéreo,
Tão belo, ordenado e perfeito,
Que nem sei se isso é defeito,
Ou efeito de demagogia a sério.

Às vezes pergunto-me a idade,
Eu próprio devo-a ter esquecido,
Não porque ande por aí perdido,
Mas porque não vejo a verdade.

Às vezes, e são tantas as vezes,
Vejo o mundo à deriva, dividido,
No extremo de vaguear subvertido,

Cego, de olhares e visões vieses.
Resta que trabalhes, lutes e rezes,
Cais cansado, mas nunca vencido.

JA18C





domingo, 9 de dezembro de 2018

Poema "Coração é Vermoim e Famalicão" (soneto)


Coração é Vermoim e Famalicão  

Neste meu mundo bem pequeno
Cabe um outro de maior dimensão,
Pra mim oiro: Vermoim e Famalicão,
Se o vejo tão frágil, dócil e ameno.

Campos de milho verde pendoado
Tão verde quanto as castas do vinho,
Tinto e branco, já foram centeio e linho
Tecido e saber a quem o tenha herdado.

Letras cantadas por este simples povo,
O romance aprendeu e por gosto aplica
Matéria-prima com que cria mundo novo.

Rios que passam deixando a saudade
Das águas cristalinas, visão hoje idílica,
Do sonho se tornarão em mera realidade.

JA18C



quarta-feira, 5 de dezembro de 2018

Poema "MÃE! ESQUEÇO-ME DE MIM…" (soneto)

Participei com este poema ao Evento on-line dedicado ao Dia da Mãe, em 09-maio-2019, do Grupo Mel Poesias.

MÃE!
ESQUEÇO-ME DE MIM…


Quais sinais que preciso de te dar
Para te dizer, sempre, que estou aqui,
E quantas dores tive que esqueci
Do cansaço de tanto te esperar.

Como doem as pernas e meus braços
A boca pelo riso nunca abrir.
Meus olhos não te veem a florir,
Inda assim resisto aos meus cansaços.

Ando eu de coração mole e dorido
O aspeto duro e triste, quando o faço,
É em choro que apago este meu traço

Varro as folhas do amor no chão caídas,
Da árvore foram-se desprendendo...
Estás triste Mãe? Como me arrependo!

José António de Carvalho, 2018 (reformulado a 30-abril-2021)




domingo, 2 de dezembro de 2018

Poema " Sento-me, Sinto-me e Escrevo" (soneto)



Sento-me, Sinto-me e Escrevo

Sinto-me calmo, estranhamente calmo,
Como pronúncio de tempestade no mar,
E as nuvens num cinza branco a pairar
Na confiança do vigésimo terceiro salmo.

Esta tranquilidade é o espetro do óbvio,
E do total ignorar da vida que me rodeia.
Aqui fechado, onde o coração incendeia,
Alienado do mundo carregado de ódio.

Não me importa nada que subam o pódio,
Porque o meu caminho é duro e sinuoso,
Não ambiciono ascensão a mundo luxuoso.

Prefiro a serenidade deste poema na mão,
E o crepitar dos sentimentos no coração,
Em contraponto ao do homem pomposo.

JA18C




quinta-feira, 29 de novembro de 2018

Poema "No Natal" (soneto)


No Natal

Choro o não ter e que antes tinha,
Sorrio ter agora o que nunca tive,
Alegro-me da fé que sempre vive,
Apesar de pequena, não definha.

Viajantes da vida desinteressados
Há-os por todos os lados. Até aqui
E além… Outros a quem a vida sorri,
E que têm abraços e sonhos alados

Que rápido se tornam fardos pesados.
E é neste revolver das águas do mar
Que agitam e remexem o nosso pensar,

De sentimentos natalícios só refrescados,
No ano esquecidos e agora lembrados,
E duvido que o Menino não o queira mudar.

JA18C



quarta-feira, 28 de novembro de 2018

Poema "Doce Natal" (soneto)


Poema feito para coletânea em ebook de poemas e postais de Natal.

Doce Natal

Hum, canela que te cheiro,
O dezembro põe-me assim,
No Natal quero um pudim
Que adoce o ano inteiro.

Já enfeitei o meu pinheirinho
Com muitas luzes e estrelas,
Aguardo as mensagens belas
Para por no berço do menino.

Gravemos em poema de Natal
O que de melhor há em nós,
E no Natal não ficaremos sós.

Mas este mundo vai tão mal
Vivendo subjugado ao material
Já me contento ao bolo de arroz.

JA18C










sexta-feira, 23 de novembro de 2018

Poema "Não Te Esqueço" (soneto)

Não Te Esqueço
Não me peças para te negar
Porque não o consigo fazer,
Sou-te grato e devo-o dizer, 
Não discorro razão pró ignorar...

Se só te dou versos singelos,
É porque os mais desejados,
Que são tão bem elaborados,
A meus olhos são menos belos.
E no oceano da poesia
Dás-me luz, vida e alegria,
Que nestas linhas são novelos,
Desenrolados em desvelos
Como o são as farpas da vida,
Que do coração fazem guarida.
JA18C
Foto: Zé-Tó Carvalho -2018