É como um vão de saudade
Da primavera escondida,
Dum verão sem medida.
Um vírus que é realidade.
É um abrir de livros fechados
De sonhos sonhados e encantos,
De ventos a arrastar prantos,
Olhares despertos e amargurados.
Nos cestos carrega-se a fome
Das chuvas e das orvalhadas,
No frio vestem-se as madrugadas
Em luares escusos sem nome.
Se é setembro…
Lembra a chuva, o frio, o vento.
É um “puxa-braço” do Inverno.
Mas um setembro morno
Carrega delícias pró Outono.
José António de Carvalho, 04-setembro-2020