sábado, 15 de maio de 2021

Poema "QUEM SABE SE UM DIA…"

Poema lido no sábado, hoje, 15-maio-2021, no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica, dedicado ao Dia Internacional da Família.


QUEM SABE SE UM DIA…


Venceremos as diferenças,

Cumpriremos os desígnios,

Apagaremos os interesses,

Riscaremos o egoísmo,

Viveremos em respeito

E esqueceremos a regalia

Do privilégio individual

Para a comum alegria...

 

Aí…, nesse dia,

Talvez experimentemos

O calor que corre nas veias,

E assim alimentemos

O sentimento de família!!!!

 

José António de Carvalho, 14-maio-2021

Foto Eurocid - Dia Internacional da Família




quinta-feira, 13 de maio de 2021

Poema "O SOL DA VIDA"

Participei com este poema no XL Encontro de poesia do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, que decorreu a 12-maio-2021, a convite de Rosangela Bruno Schmidt Concado.

(Um ano depois...)


O SOL DA VIDA

Se quando o dia é mais dia,
De sol cor de ouro, forte e quente;
O coração mais que explodia
Num sentir de jovem, tão ardente.

Quando chegados ao ocaso,
E toda a beleza envolvente
Vai perder-se nos turvos traços…
Mas ainda temos alguns passos
Pra fazermos caminho em frente.

Mais tarde, quando a noite cai,
Lá no céu, as estrelas e a lua,
Bem sorriem, como quem vai
Para a festa da sua rua.

Mas a festa é em cada um,
Se houver motivo para haver.
De cada sonho faz mais um,
Com brilho do sol a nascer…

José António de Carvalho, 12-maio-2021
Pintura de António Miranda - Arte Celano, Grupo de Artistas







terça-feira, 11 de maio de 2021

Poema "ECLIPSE VERDE"


ECLIPSE VERDE


Num ano de tanto sofrer

Andava de negro vestido,

E tão necessária a mudança.


Que assim lá começo a correr

E se desço o negro prá calça,

Visto a camisa da esperança.


José António de Carvalho, 11-maio-2021

Sporting Clube de Portugal sagra-se Campeão Nacional de Futebol

19 anos depois.



quinta-feira, 6 de maio de 2021

Poema "IDENTIDADE" - Dia Mundial da Língua Portuguesa


IDENTIDADE

É como alvorada que acontece.
O sal das sílabas torna-se igual.
Unidos os mares, e que mares…
De ondas de palavras e alegria,
Que em bocas distintas permanece.
Esse nó que ata o ser desigual
Abolindo as fronteiras vulgares
De que o nosso mundo padecia.

Neste vislumbre transcendental
Que suplanta montanhas e vales,
Fervem os ritmos e a melodia,
Luz de novo sol que resplandece,
Água viva em fio umbilical
A alcançar voos mais singulares
Nas asas da língua em poesia
Que em dourada alvorada acontece.

José António de Carvalho, 05-maio-2021
Foto - 





terça-feira, 4 de maio de 2021

Poema "NÃO HÁ PARTIDA"


NÃO HÁ PARTIDA


Não há partida quando vai,
Quando vai apenas a pele...

A pele e o esqueleto.
Se deixou para trás
Tudo o que era quente,
Tudo o que era vivo,
Tudo o que era sangue…
E o coração não o desmente.

Depois…
Há rasgos de insana loucura;
Nos encontros e desencontros,
Na perda e na procura
Dos caminhos do envelhecimento.

Sem critério, sem conhecimento
E sem sentimento,
Nem o barco se faz ao mar...

José António de Carvalho, 04-maio-2021
Pintura de António Miranda (ARTE CELANO - Grupo de Artistas)






quarta-feira, 28 de abril de 2021

Poema "SEMENTES DO LIVRO"

Participei com este poema no programa Livro Aberto da RVA, de Ana Coelho, emissões de 30-abril e 07-maio-2021.


SEMENTES DO LIVRO

Quero ver a seara semeada,
todas as cores dum vivo jardim,
ver crescer nova árvore plantada
p’lo sentimento que trago em mim.
Depois, erguer os braços ao céu
pelo mar de alegria que me deu.

Almejo repetir maga jornada,
lançar grão para nova sementeira,
e ver crescer flores vindas do nada
para me tomarem a vida inteira
nesta simplicidade; e sempre assim,
novelos de versos até ó fim.

E fica-me o travo de angústia doce
p'lo relógio que anda sempre a correr,
e poder pará-lo, um dia que fosse,
para ver o encanto do entardecer
tendo o mar imenso por horizonte
e a poesia como a sua fonte.

José António de Carvalho, 28-abril-2021







sexta-feira, 23 de abril de 2021

Poema "SEDUÇÃO" - DIA MUNDIAL DO LIVRO - 2021

Participei com este poema no Sarau de Poesia, da Academia Poética ALIPE, comemorativo do Dia Mundial do Livro.

DIA MUNDIAL DO LIVRO - 2021


SEDUÇÃO


Olho-te nessa capa que te cobre
os mistérios, as aventuras, o sentimento.

Descubro-te pelas minhas mãos,
com os meus olhos, os meus sentidos,

E deixo-me voar livremente nas melodias,
nas fantasias, nas veias das mensagens,

Como um rio reluzente 
que desce calmamente
no aconchego do beijo às suas margens.

José António de Carvalho, 23-abril-2021










quinta-feira, 15 de abril de 2021

Pensamento "DIA A DIA"

Também no e-book <Escritas>


DIA A DIA

Todos os dias aprendo mais uma coisa nova,
e quando não aprendo lembro algo
que tenha aprendido no dia anterior.

Não importa quem ensinou.
Apenas lhe fico agradecido.

Faz bem recordar o que fomos ontem
para não colidir com o nosso hoje.

São tantos os momentos em que não sei
o que sou, e, por isso, procuro-me…
talvez por me ignorar completamente.


José António de Carvalho, 15-abril-2021
Foto da minha autoria



segunda-feira, 12 de abril de 2021

Poema "RAZÕES DO POEMA"

A minha participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão das sextas-feiras, 16 e 23-abril-2021, da autoria da amiga Ana Coelho, na rúbrica "Criatividade Sem Limites", dedicado à poeta portuguesa Fernanda de Castro, e contém 15 palavras do seu poema "Alegria".

Agraciado pela publicação na Accademia Poética Mondiale Erato Portugallo.


RAZÕES DO POEMA


As amarguras de mais um dia

não podem matar as ilusões,

e mesmo nas mais duras traições

há caminho pra nova alegria.

 

Sonho com uma vida tranquila

que afugente a injusta crueldade,

que com ar vil e sempre reguila

lavre cicatriz na eternidade.

 

Em breves gestos de alegria,

deixo-a sorrir, cheirar as rosas,

afastando os espinhos do tédio,

para fundar no poema a raiz

como um vício que me faz feliz…



José António de Carvalho, 12-abril-2021
Foto da minha autoria





quinta-feira, 8 de abril de 2021

Poema "CHOVA ASSIM…"

Participei com este poema no XXXVII Encontro de Poesia do Grupo "Arte & Literatura Recanto da Poesia", tema: "Aquele Pôr de Sol que Chovia", a convite da amiga Rosangela Bruno Schmidt Concado.


CHOVA ASSIM…

Há manhãs que são eternas,
porque se perpetuam por todo o dia…

São manhãs de mãos leves
que se estendem ao crepúsculo;
manhãs de olhos audazes
que leem os pensamentos da noite;
manhãs de sorriso aberto
que escondem a solidão do dia;
manhãs de livres aragens e versos
que cantam sonhos e alegrias;
manhãs golpeadas pelo frio
que acendem as lareiras do auge.

Há também as simples manhãs,
e não mais que manhãs, manhãs,
que incandescem todo o dia e toda a noite,
que amarram o sentimento fugidio,
e aceitam amar a pequenez do improviso...
E só chove o pôr do sol
porque o aconchego do amor é preciso.

José António de Carvalho, 07-abril-2021



terça-feira, 6 de abril de 2021

Poema "SONHO E REALIDADE" (Soneto)

Poema que fiz para a rúbrica “COMPLETA O SONETO” do site “HORIZONTES DA POESIA”, apesar de o ter acabado demasiado tarde.
Contei com uma boa ajuda do amigo das letras Joaquim Sustelo, a quem agradeço.
MOTE:
1º Sonho de olhos abertos, caminhando
14º Outra luz, outro fim só pressentido...


SONHO E REALIDADE

“Sonho de olhos abertos, caminhando”
Lançado para o bosque desta vida
E neste andar nos vamos assustando
Se for em direção desconhecida.

Quem se perde no bosque vai rezando
Com medo de que seja a despedida,
São trajetos que a vida nos vai dando
Com cara de viagem não escolhida.

Mas temos de enfrentar tudo o que venha
No quadro natural que ela desenha
Tanto o mal que lhe temos cometido.

Mas os sinais que dá são uma senha
para a mudança, para que ela obtenha
“Outra luz, outro fim só pressentido.”

José António de Carvalho, 05-abril-2021
Foto de Conceção Silva



 

sábado, 3 de abril de 2021

Poema "ESPERANÇA TENAZ"

Este poema foi lido no sábado, dia 03-abril-2021 (sábado de Páscoa), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Participei com este poema no Sarau Comemorativo 2000 membros da ABMLP (BIBLIOTECA MUNDIAL DE LETRAS Y POESÍA), que decorreu no dia 03-08-02021.


ESPERANÇA TENAZ


Há uma saxífraga no tempo
branca e roxa, por obstinação
das luas de quaresma no vento,
estações frias sem remissão
nesta quarentena de convento
em ruínas… pó no coração.

Morram vértices do pensamento
pela resistência ó crescer
duma renovação feita dentro
do mais ínfimo glúon do ser,
pra fazer caminho no epicentro
do furacão que nos quer varrer.

Construa-se um templo de esperança
em fortes pilares de justiça,
e que a verdade que se afiança
como sendo única premissa
de manter o fiel da balança:
- peça-se ao Homem que não desista!…

José António de Carvalho, 01-abril-2021
Foto do largo da Capela da Nª Sr.ª do Amparo e da Igreja Paroquial de Vermoim/Praça Terras de Vermoim








quinta-feira, 1 de abril de 2021

Poema "SONHOS DE ABRIL"

Este poema foi lido no sábado, dia 24-abril-2021 (sábado de Páscoa), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


SONHOS DE ABRIL



Quando adormeço sinto-te a meu lado.
Alongas-te sobre mim como a hera
E sorris como o sol…
Deixando cair um cravo nos meus lábios.


É a Primavera de Abril…
Renovada em sonho acordado,
Longínquo e cada vez mais distante
Da limpidez, da luz, e da justiça
Em que Abril fora sonhado,

Mas nunca realizado!


José António de Carvalho, 01-abril-2021
Foto "Pinterest"








sábado, 27 de março de 2021

Poema "DE UMA, DUAS…"

Este poema foi lido, ontem, 27-março-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica, sob o tema da mudança para o horário de Verão.

DE UMA, DUAS…

Voltei a cara, voltei as costas,
devagar, devagarinho,
para ir pra casa, ir embora,
pra ficar triste e sozinho,
preso pela noite fora.

O jantar veio prá mesa,
ainda olhei p’la janela,
ainda vi o sol a sorrir,
oh, mas que tela tão bela...
nunca deveria fugir.

Mas como tempo melhora
com a nova primavera
ao dia damos uma hora.
enquanto a noite espera
e não irei já embora.
ah, que saudade sincera…

E para minha surpresa
recordei tempos passados,
de brincar até às dez
em dias apaixonados…
mas se às duas por três,

vai que se acaba a beleza
e lá vem tudo outra vez,
volta de novo a tristeza,
outro sonho se desfez:
atrasa a hora outra vez.

José António de Carvalho, 26-março-2021
Foto da internet



domingo, 21 de março de 2021

Poema "POESIA, O QUE TE DOU?"

A minha participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão das sextas-feiras, 19 e 26-março-2021, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", Tema: "Poesia, o que queres tu?".

Os poemas alusivos ao Dia Mundial do Livro e enviados para este programa da RVA foram editados em livro, dando lugar a uma pequenina mas significativa Coletânea de Poesia, de 46 autores.

Participei com este poema  no XXXVI Encontro de Poesia do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, tema: "Fale com seus versos em liberdade", a convite da amiga Nilma Soares.



POESIA, O QUE TE DOU?

Ai se eu soubesse o que te enche de vida…
faria caminho em secos desertos,
romperia céus em palavras redondas
para não ferir puros sentimentos.

Soubesse eu o som das tuas melodias,
que as manhãs cantariam radiantes
em cânticos de encantar os meus dias,
beijaria mares de sobressaltos
e calaria as dores das angústias.

Soubesse eu as sílabas que pronuncias
entre lábios, as tónicas do verso,
silêncios das palavras que anuncias
a sorte do poema ainda no berço.

Assim, por mais que queira, diga ou faça,
velha alma sempre cai em graça ou desgraça,
gume de faca com que o vento traça
e corta a meio o sonho, a fantasia,
a asa que te faz voar, poesia… 

José António de Carvalho, 17-março-2021


https://youtu.be/hQmTmgzKKIc













sexta-feira, 19 de março de 2021

Poema "RECORDO-TE PAI…" (DIA DO PAI 2021)


RECORDO-TE PAI…

Ainda me gela o sangue nas veias
Ao sentir esta saudade adormecida
Que nos vãos dos dias eclode
E me fere até aos ossos.

Ah… Pai, que saudade…
Que as canseiras dos dias
E a inconstância da vida
Vai forrando a branco
Esta negrura com quem luto
Todos os dias.

São lutas vãs
Lutas sem o menor sentido
Se pensar que para o fim tudo é atraído
Pelo tempo que se vai repetindo.
E quando não se repete
Mais rápido vou indo.

José António de Carvalho, 19-março-2021
Foto da minha autoria



segunda-feira, 15 de março de 2021

Poema "VOOS IMPOSSÍVEIS" - Antologia "LIBERDADE", Edições Chiado

Este poema foi lido no sábado, dia 24-abril-2021 (véspera da comemoração 47º aniversário da revolução de Abril de 1974), no programa "As Nossas Raízes" da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

Liberdade — Antologia da Literatura Livre | Vol. II

VOOS IMPOSSÍVEIS


Ela morre nua dentro das coisas
em sonhos que nunca se desenvolvem,
fica presa na retina dos olhos
onde se geram as asas que morrem,
encolhe-se em abraços imaginados
atormentados na pobreza contida
dos pratos de fome em que é servida.

Ela cresce e extingue-se em mãos de luz
no feito do ideal que se desfaz,
no retrato do homem que se reduz
e nas cinzas dum tratado de Paz.

Ela baila no colo da ciência,
rodopia no pé da fantasia,
falece e cai em funda letargia,
veste-se deusa em primavera florida
guardando o arco-íris em corpo febril,
na linha do sonho e tão só do sonho
de viver a liberdade contida
nos rubros dias nascidos de Abril.


José António de Carvalho, 13-março-2021
Foto da Antologia "Liberdade II" (2021)












José António de Carvalho 00:05 (há 13 horas)

Caros amigos da literatura - Chiado Editorial
Junto o poema para a antologia em assunto.
Votos dos maiores sucessos.
Um abraço.
José António de Carvalho



Antologia // CHIADO BOOKS

10:04 (há 3 horas)
para mim


Caro José Carvalho,

Agradeço o envio do seu trabalho para o II Volume da Antologia Liberdade.

Após a apreciação do mesmo tenho muito prazer em informar que o seu trabalho foi selecionado para constar desta obra.

Assim que tivermos mais informações relativas ao seu lançamento, dar-lhe-emos essa informação.

Despeço-me, mais uma vez, agradecendo a sua preciosa participação.
Saudações Literárias,

Florival Gonçalves
Coordenador Editorial

CHIADO BOOKS
Break Media Group




Depois da apresentação da Antologia "LIBERDADE" o poema será aqui publicado..

segunda-feira, 8 de março de 2021

Poema "ASSIM MULHER" - Dia Internacional da Mulher 2022


ASSIM MULHER


Há um bosque, uma selva
uma larga pradaria
nesse rio de alegria
nesse mar revolto
ou nas águas paradas
na mais perfeita harmonia.

Há um nascer de sol
uma brisa na manhã,
um dia a meio do dia
se a tarde é infinita,
ou a noite tão intensa
como subir a montanha
mais íngreme e imensa,
e relativiza qualquer dor
enquanto Mulher e Ser
de qualquer canto e cor.

Há um recuo, uma oscilação,
um pequeno avanço, um pulo,
um sair desfiando do casulo
no frémito de nova geração.

Há um mar sereno
no peito que foi rasgado
no âmago de quem crê
que o tempo é passado,
mas o tempo é presente
um presente com futuro
que passará a reconhecer
a alma de SER MULHER.

José António de Carvalho, 07-março-2021
Pintura a óleo - Pinterest



sábado, 6 de março de 2021

Poema "TEATRO DOS DIAS"


TEATRO DOS DIAS


Passadas as tormentas dos enredos
o argumento desenrola da peça,
É como um tapete mágico esquivo,
Fugidio, na linha do vento norte,
Que sopra sempre em arrepio forte.

Há noites que são claras como dias,
Dias que vestem o negro da noite,
São como fruto vermelho sombrio
Se o novo sol é menos luzidio.

Passo a minha mão leve p'lo teu lado
Nesse mar que se encolhe e adormece
Sempre que chegas na sombra da noite
Tomada p'lo jeito do mesmo enfado,

E se outro dia for noite é fado,
Se for só dia, vai… e desaparece.

José António de Carvalho, 05-março-2021
Pintura a óleo, Pinterest



quinta-feira, 4 de março de 2021

Poema "ABRAÇAR O FIM DO DIA"

Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, XXXIII ENCONTRO PÔR DO SOL, a convite de Nilma Soares.


ABRAÇAR O FIM DO DIA

Supus-me pondo em lado nenhum
Os sonhos que me dominaram,
Em tuas mãos cheias de jejum
Do sol que minhas mãos douraram.
Ah, meu pôr de sol loiro de março
Que trazias nos olhos o mar
Tanto me deste e depois tiraste
Como quem tirou para a outro dar.
Arrepiei os caminhos da memória
Em juras de quem nunca ganhou,
Mas ganhar mais do que só ganhar
É voltar novamente a abraçar,
Corpo dum mundo que confinou.

José António de Carvalho, 02-março-2021
Pintura A Óleo Diy Por