REVELO-ME ATRAVÉS DE SIMPLES VERSOS (Reservados os direitos de autor)
segunda-feira, 28 de dezembro de 2020
Poema "MAIS UM ANO" (Acróstico)
MAIS UM ANO
Foi-se sem mais voltar,
Impensável no jeito,
Miserável para amar.
Desligou-se do peito
Enlaçado na maior dor,
Aninhou-se na alma
No meio deste deserto.
Outro ano chegará… é certo!
sábado, 26 de dezembro de 2020
Poema "NESTE NATAL"
NESTE NATAL
Os sinos soaram baixinho
Tementes do frio da noite,
As melodias ouviram-se mal
Pelos cortes nas lembranças
Do mágico toque do sininho.
As prendas caíram em açoite
Como se fosse um vendaval,
Assustaram tanto as crianças
Que choraram muito baixinho
Como se não houvera Natal.
domingo, 20 de dezembro de 2020
Declamação do poema "CANÇÃO FORA DE TOM"
Não tenho letras para a letra,
Nem a varinha de condão
Para descobrir o teu beta
E cantar contigo a canção.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
O som sai no tom mais confuso
Quando vibram as cordas lassas
Como roca tonta e sem fuso
Quando quero ver-te e não passas.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
Carrego o dedo nesta nota,
alto tom para a ocasião,
Nesta batalha não há derrota
Mais cruel para o coração.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
José António de Carvalho, 02-dezembro-2020
sábado, 19 de dezembro de 2020
Texto "E AGORA QUE É NATAL… "
sexta-feira, 18 de dezembro de 2020
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quarta-feira, 16 de dezembro de 2020
Poema "ISOLAMENTO DE NATAL" (E-book de Natal 2020 do Solar de Poetas)
Primeiro poema da minha participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.
Agradeço aos amigos das letras Rosa Maria Santos e José Sepúlveda a oportunidade concedida pelo terceiro ano consecutivo.
ISOLAMENTO DE NATAL
Vou sonhar com uma linda estrela
Que de longe virá visitar-me,
Será entre as outras a mais bela,
Por eu estar só, virá consolar-me.
Este Natal sem nada, vazio,
A lembrar a árvore despida.
Sem amor, fugiu, esse vadio,
Com os elos que ligam a vida.
A lareira matará o frio,
Na entrada pelo postigo aberto,
Comendo da noite esse ar sombrio
Que a alma carrega pelo deserto.
A estrela prosseguirá no céu,
Luz num mundo desafortunado,
Mostrando o caminho que é seu
Pra quem sofre um Natal confinado.
José António de Carvalho, 30-novembro-2020
sábado, 12 de dezembro de 2020
Poema "PERGUNTAS E PINHAS DE NATAL" e-book Solar de poetas
Interrogo o vento p'la direção,
A chuva incessante que faz a cheia,
O frio que leva os dedos da mão.
Interrogo por que as secas esmirram
Esse silêncio nas bocas cerradas
E lágrimas que nos olhos espirram.
Interrogo toda a mente egoísta
P'lo materialismo exacerbado
No tenebroso culto do "eu" endeusado.
Interrogo da beleza da flor
Qual a razão p'ra haver gente sem pão
Ou qualquer Natal sem ninhos de amor…
José António de Carvalho, 21-novembro-2020
quinta-feira, 3 de dezembro de 2020
Poema "CANÇÃO FORA DE TOM"
Participação no XXII Evento de Poesia "Encontro Pôr do Sol" do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, a convite da amiga das letras Nilma Soares.
CANÇÃO FORA DE TOM
Não tenho letras para a letra,
Nem a varinha de condão
Para descobrir o teu beta
E cantar contigo a canção.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
O som sai no tom mais confuso
Quando vibram as cordas lassas
Como roca tonta e sem fuso
Quando quero ver-te e não passas.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
Carrego o dedo nesta nota,
alto tom para a ocasião,
Nesta batalha não há derrota
Mais cruel para o coração.
Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.
José António de Carvalho, 02-dezembro-2020
Foto minha (António Zambujo e Banda, Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão)

segunda-feira, 30 de novembro de 2020
Poema - "A CAMINHO DO OURO"
A CAMINHO DO OURO
Lá vão assim, esquecidos da morte,
Perfurando a vida sem seguro,
Com sofrimento fazem a sorte
Nessa fonte que brota do escuro
E que a sua nascente não aborte.
Pela sombra de cada rochedo
Onde desliza a água mais pura,
A pedra mais dura é o medo,
Meio de transporte prá loucura
Perdido na busca dedo a dedo.
A procura um dia há de findar
Entre os lingotes que a vida tem,
Que nos leva ou deixa no lugar,
Sem crer que na saída haja alguém
Que da mina nos queira tirar.
José António de Carvalho, 26-novembro-2020
domingo, 29 de novembro de 2020
Poema "ASAS DE OURO" - Concurso "Fado e Letras (Homenagem à Diva do fado, Amália Rodrigues)
ASAS DE OURO
Pobre e nobre do Fundão
Onde o tempo mais castiga
Não registada no balcão,
Mas lá nasceu a rapariga.
Mais tarde cinco verões
Num assento de Lisboa
Nasceria prás canções,
Fado “penas” e “malhoa”.
Bem cantou o grande Camões
D. Dinis, Ary, O’Neill e Alegre,
Mas pra tão lindas canções
Um simples poeta serve.
A nossa diva do fado
Que voou por todo o mundo
De sentimento amarrado
Arrancado bem do fundo
Do peito deste país.
Um firme grito no estio
Com cetro de imperatriz:
Povo que lavas no rio…
José António de Carvalho, 19-novembro-2020
segunda-feira, 23 de novembro de 2020
Vídeo da declamação do Poema "OS MEUS NÃOS"
quinta-feira, 19 de novembro de 2020
Poema "SOU DE NADA" (Versão II)
Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.
SOU DE NADA
Para escrever preciso estar feliz.
Quando estou triste, choro. Faz-me bem.
Só escrevo o que o coração me diz
Mesmo sem o dizer a ninguém.
Sei que ninguém me irá acreditar,
Mas o que o meu pobre coração diz
É para que eu viva e seja feliz,
Embora pra isso precise de amar.
Amar sem aspas e sem reticências,
Vírgulas, traços e pontos finais,
Na escrita das maiores evidências
De um amor que atravessa vendavais.
Propus-me vivê-lo enquanto pudesse…
Bem sei que esse amor não voltará mais.
JA13C (Poema reformulado
José António de Carvalho, 18-novembro-2020)
Foto: JA13C (Estátua no Funchal, Ilha da Madeira)

sábado, 14 de novembro de 2020
Poema "O OUTRO LADO"
O OUTRO LADO
A luz do sol viu-a na Hungria
Em França morreu, a oito novembro
Pra se festejar hoje o dia
A onze, S. Martinho, relembro.
Forçado a militar romano
Cedo a Cristo se converteu
Cortou a sua capa de pano
Ó mendigo uma parte deu.
Pouco lembramos da história
Mantém-se a tradição pagã
Sendo apagada da memória
A sua obra na fé Cristã.
Resta-nos desse S. Martinho
As castanhas e bons magustos
Água-pé e provas do vinho
E bom comércio prós astutos.
Foto “ordinariato castrense”
quarta-feira, 11 de novembro de 2020
Poema "LÁGRIMA SOLITÁRIA" e Vídeo da declamação
LÁGRIMA SOLITÁRIA
Esse leve cristal ancorado no maior desencanto,
parado na sua nudez à luz do sol, no olho, ao canto.
Juntou-se a outros e outros, tantos mais cristais…
vestiu-se com traje único, de uma só lágrima.
Abandonou a casa húmida e evoluiu desorientada,
deslizou aturdida pelo meio dos enredos do corpo.
Desse corpo vertido numa montanha invertida,
e quanto mais ela descia, mais frio ainda sentia.
A lágrima nua, num corpo tão nu quanto ela,
caiu sobre o sapato negro, espelhante e congelou.
O sapato que cobria um pé tão nu quanto o corpo.
E a lágrima aí permaneceu só, congelada e fria.
Tão fria até à chegada de nova primavera ao coração.
José António de Carvalho, 11-novembro-2020
Foto da internet
segunda-feira, 9 de novembro de 2020
Vídeo da declamação do poema "OS FRACOS", de José António de Carvalho
sábado, 7 de novembro de 2020
Poema "AS VOLTAS DA VIDA"
AS VOLTAS DA VIDA
Ando às voltas na vida
Pra ver se encontro saída
Ando às voltas no fundo
Da vida deste submundo
Ando às voltas e presumo
Que encontrarei um rumo
Ando às voltas a cada dia
Na busca de laivos d’alegria
Ando às voltas e mais voltas
E deixo as pontas da vida soltas
Ando às voltas, e qual a razão?
São voltas envoltas no coração,
Dos caminhos retorcidos ou não
Ninguém o saberá com precisão.
José António de Carvalho, 06-novembro-2020
Quadro de Ricardo Martins – ARTE CELANO, GRUPO DE ARTISTAS
quarta-feira, 4 de novembro de 2020
Poema "NÃO POSSO DIZER"
LlV Encontro Pôr do Sol - Realizado a 26-08-2021
Tema: Na presença do luar, jurei amor eterno
A convite de Nilma Soares
NÃO POSSO DIZER
Era para te dizer, mas não digo.
Porque a cada palavra proferida
Falhar-me-á a voz, e não consigo
Dizer: És a mulher da minha vida!...
Queria dizer-te, o que nunca disse,
Que o amor tem a beleza duma flor,
Que a paixão é como luz a extinguir-se,
E que, amor, faz boa rima com dor.
José António de Carvalho, 04-novembro-2020
Pintura de Madalena Macedo (ARTE CELANO – GRUPO DE ARTISTAS)
segunda-feira, 2 de novembro de 2020
ESTAMOS A PRATICAMENTE 15 MIL VISUALIZAÇÕES DAS 50.000
sábado, 31 de outubro de 2020
Poema "COM MÁSCARA NO HALLOWEEN"
Tema: Dia das Bruxas
Convite de Cristiano Múrcia
Característica que me define,
Há quem tenha grandes alegrias
Na mágica noite de Halloween.
Fico em casa a escrever, e ler
O que escrevem sobre este dia,
Mas é pelo Covid-19 temer
Porque não é nenhuma fantasia.
José António de Carvalho, 31-outubro-2020
Foto net
quarta-feira, 28 de outubro de 2020
Poema "HOJE VI O SOL"
HOJE VI O SOL
O Sol estava curioso e claro,
A espreitar com o seu ar vigilante,
Mas triste, cedeu o lugar às nuvens
E ficou em lágrimas, nesse instante.
Com um ar perplexo, entristecido
Ausente. Espreitava aqui e além
Naquele ar duro de foragido
Pra não ter que abraçar ninguém.
E vi esse Sol curioso e claro,
Com sorriso que nunca se viu,
Sentiu esta tristeza que trago
Virou as costas e foi, lá partiu.
Oh… Sol quente da minha vida…
Soubesse eu que amanhã te veria,
Teria grande explosão de alegria
Como se não houvera essa partida.
José António de Carvalho, 28-outubro-2020
Foto de Conceição Silva
Poema "A FUGA"
A FUGA
Foges-me e eu procuro-te.
Andas à procura de sonho e flores,
e nem sequer me vês. Mas revelo-te,
que sempre que te digo ao ouvido,
nesse arrepio que terás esquecido,
Que bebo as nossas noites de amor.
José António de Carvalho, 01-maio-2020
Foto da Lua - da minha autoria
segunda-feira, 26 de outubro de 2020
Poema "CAMINHO"
As minhas pressas
alimentam-se de lentos erros
e enganos que a vida engana e perpetua.
Nunca tive tanta pressa
na lentidão que me assola,
e faz-me correr estupidamente para o fim.
Para o fim do momento,
para o fim do aprazível,
para o fim do conforto,
para o fim de tudo,
porque tudo tem fim.
Tudo será cinzento e frio…
dor, lágrimas, dúvida, angústia…
Pelo meio há um leve esboço de sorriso
já esquecido no tempo.
Essa é a beleza do Outono.
Uma beleza que se estende ao frio.
E como o poema
caminha para o fim
e não rima com nada,
e porque o fim, sim,
esse é que rima
sexta-feira, 23 de outubro de 2020
Poema "VOO DOS VERSOS"
VOO DOS VERSOS
Só saberei que os meus versos são livres,
Mais livres que o pássaro quando voa,
Numa infinita fome de voar,
Nos mais incríveis voos levantar.
Não quero ter um voo inconsistente
Que se dobra a pequena ventania,
Que se perca em labirintos da mente
Ou nos patíbulos da hipocrisia.
Sonho esse voo reto, independente,
No sentido da vida, sempre em frente,
E não se encolha na monotonia
Que mata, esmaga o peito, que asfixia.
E ao chegar a manhã separada
Como transitório entre Sol e Lua,
É momentâneo o ponto da alvorada
Com a noite a extinguir-se clara e nua.
Mas quando a poesia sai à rua,
Tem o sentir do partir na chegada
Que nas tristes lágrimas se acentua
A vontade de da rua voltar.
segunda-feira, 19 de outubro de 2020
Poema "À VOLTA DO TEMPO"
À VOLTA DO TEMPO
Volta e meia, meia volta
São duas voltas pra dar
A ilusão já não se solta
Não tem asas pra voar.
Meia volta, volta e meia
Anda o coração a chorar
Sem ter luz, nem a candeia
e sem forças para andar.
E quando dá meia volta
Naquele corpo de fuso
Na sua penumbra envolta
Volta e meia a que me escuso.
José António de Carvalho, 19-outubro-2020
quinta-feira, 15 de outubro de 2020
Poema "DIAS DE OUTONO"
DIAS DE OUTONO
Este Outono graceja pelos dias
aprazíveis, com risos de debiques
nas noites frias de franjas sombrias
no fio ardente, filho de alambiques.
Tem aspeto de raposa faminta
fascinada pelo rasto da presa
que por muito que no olfato a sinta
preferirá as castanhas à mesa.
O vinho desliza e ocupa altos copos
corando o vidro, e num ar meio tonto
traz alívio das memórias dos mortos
num dia de glória para os defuntos.
Olham para as estrelas os presuntos
enroscados numa corda pelo osso
vai correndo por entre outros assuntos
ou da água que ainda falta no poço.
E no tiritar de frio das árvores
magras no jeito e todas depenadas
são já lembradas em tíbios alvores
os sonhos, filhoses e rabanadas.
José António de Carvalho, 14-outubro-2020
segunda-feira, 12 de outubro de 2020
Poema "AMAR TECNO-LOGICAMENTE…"
Quando te dás “tecno-logicamente”
Entregas-te com fervor a um écran,
Duvido que fiques bem intimamente,
Se quase tudo é resultado da tua mente,
Numa história, com história, irreal e vã.
Com os carateres + ou – marcas o coração
E pões no teu corpo o sangue a pulsar.
Se o calor libertado pelo computador
Tem os teus dedos prontos a captá-lo.
Esses que, num ápice, podem apagá-lo.
Se trocas emoções através de um táctil
Cada vez tocas-lhe com maior avidez,
Onde tudo se torna muito mais fácil,
Porque se a tecnologia o amor pode ajudar
Pode também torná-lo na maior estupidez.
José António de Carvalho, 10-outubro-2020
Foto da internet
sexta-feira, 9 de outubro de 2020
Poema “CAMINHO VÃO”
CAMINHO VÃO
Sei bem de onde venho,
Mal sei tudo o que vivi,
É pouco, mas isso basta,
Se mais nada que nada tenho.
Não sei a razão por que vim
Neste trilho cortado ao meio,
Nunca vislumbraria o fim,
Este fim que afinal veio.
Não sei por que sorri.
Mas sei por que caminhei.
Também sei o que passei.
E tu sabes que eu sei.
Deixei-me cair no andar,
Entrar num mundo seco.
Ainda sou aquela folha a voar.
Andei por searas a sonhar
Sentindo um mar a subir,
Mas as asas tive que cortar
E não fingi a dor ao cair.
sexta-feira, 2 de outubro de 2020
Poema "NA RUA DO ESQUECIMENTO"
NA RUA DO ESQUECIMENTO
Sozinha desces pela rua.
No vento o pensamento para
Em busca da tua alma nua,
Para uma paz que te é cara.
Botaste-me no esquecimento,
Escrutador em correria,
Perdido algures o momento
Para abraçarmos a alegria.
E tudo o mais é perdimento
Tal a cegueira no teu olhar.
Prossegue a vida sem lamento,
Porque não há um novo chegar!
José António de Carvalho, 01-Outubro-2020
Foto de Conceição Silva