sexta-feira, 2 de outubro de 2020

Poema "NA RUA DO ESQUECIMENTO"

A minha Participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 02-outubro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites". (com a obrigatoriedade de introduzir dez palavras do poema de Ângelo Vaz Lima "Pára-me de repente o Pensamento...")


NA RUA DO ESQUECIMENTO


Sozinha desces pela rua.
No vento o pensamento para
Em busca da tua alma nua,
Para uma paz que te é cara.

Botaste-me no esquecimento,
Escrutador em correria,
Perdido algures o momento
Para abraçarmos a alegria.

E tudo o mais é perdimento
Tal a cegueira no teu olhar.
Prossegue a vida sem lamento,
Porque não há um novo chegar!

José António de Carvalho, 01-Outubro-2020
Foto de Conceição Silva



terça-feira, 29 de setembro de 2020

FALTAM POUCO MAIS DE 16 MIL VISUALIZAÇÕES PARA AS 50.000



JÁ ESTAMOS COM 33.807 VISUALIZAÇÕES DO BLOG


Record de visualizações do blog em setembro

3.353 Visualizações







Um enorme obrigado a todos que acompanham o blog e leem os meus poemas.
Bem-hajam!

Um abraço a si! 

segunda-feira, 28 de setembro de 2020

Poema "QUANDO ELA SE DESPE"

Participei com este poema no XXXV Encontro do Grupo Artes & Literatura Recanto da Poesia, no dia 24-março-2021, Tema: "Pôr do Sol de Outono". 


QUANDO ELA SE DESPE

Estática como uma sentinela,
Deixa-se despir vagarosamente
Enquanto sopra o vento levemente
Levando as roupas para longe dela.

E vai ficando cada vez mais frágil,
Naquele ar triste e com suores frios.
Escorrem-lhe as lágrimas como rios
Das gotas de orvalho em deslizar ágil.

E neste sonho enreda-se no sono,
Adormece calma. Aviva-se o lume.
Cortadas as castanhas e o queixume,
Sinto o cheiro a magusto. É Outono!...

José António de Carvalho, 28-setembro-2020
Pintura de Maurizio Rega





quinta-feira, 24 de setembro de 2020

Poema - "PÁTRIA MINHA" - Declamado por mim (Vídeo)




Poema "Pátria Minha"
Da minha autoria.

Trabalho elaborado pelo amigo Paulo Pereira, autor do espaço "Livros Lidos, que tem como objetivo divulgar a poesia e fomentar o gosto pela leitura neste tempo de pandemia.

Um forte abraço amigo Paulo Pereira

Espero que gostem!...





terça-feira, 22 de setembro de 2020

Poema "SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…"

Participei com este poema no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 25-setembro-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites".

Também foi lido, no dia 26-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.



SE OUTRO FOSSE, NÃO SERIA…



Para que outro qualquer pudesse eu ser
Como é que eu podia ser quem sou?
Se mesmo assim tudo passa a correr
No caminho feito, e neste que vou.

E se percorro por tantos caminhos
D’onde vou bebendo e roubando imagens
Alguns com pedras pesadas e espinhos,
Outros envoltos de belas paisagens.

Não posso ser outro. Não sou Pessoa…
Não caibo noutras personalidades,
E quando o raio desse alarme soa
Logo caio em grandes dificuldades.

Não quero ser quem eu mesmo não sou.
Nem ser rico, nem fidalgo, nem pobre,
Ou o letrado que nunca se lembrou
Que o que no peito nasce é mais nobre.


José António de Carvalho, 22-setembro-2020
Quadro de Monteiro da Silva





segunda-feira, 21 de setembro de 2020

Poema - "OUTONO" - Declamado por Abraão Marinho (Br)



Muito obrigado, amigo das letras Abraão Marinho! O poema ficou fantástico! Vou partilhar com todos publicamente nas minhas páginas e nos grupos onde o possa fazer. Continuação de excelentes trabalhos! Um abraço.

Poema "NA FALTA DE PALAVRAS"

Este poema recebeu Diploma pela publicação na Accademia Poetica Mondiale "Erato" Portugallo, concedido pela poetisa e amiga Rosa Céu.

NA FALTA DE PALAVRAS

Procuro sempre palavras certas
Que voem serenas no vento
Como tule leve. E concretas,
Para extrair delas ouro e alento.
Se por mero erro as deixo cair
Na lama e areias movediças,
Perco o meu sentido de prumo
e no desacerto me arrumo.

E procuro as palavras certas
Para não serem como setas
Apontadas ó centro do alvo,
Onde se morre sem diálogo,
Sem proferir quaisquer palavras,
E assim elas são só escravas,
E tão escravas neste monólogo.

José António de Carvalho, 21-setembro-2020
Quadro de Pierre-Michel De Keyn



domingo, 13 de setembro de 2020

Poema "QUANTAS VEZES"

Este poema foi lido, no dia 19-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


QUANTAS VEZES


Quantas vezes te disse,
vamos falar de nós.

Como se desconhecêssemos
porque é que a terra
tem de ser lavrada,

porque é que a rede do pescador
tem de ser remendada,

e as pontas dos fios
que se partem no tear
têm de ser unidas e atadas.

E nós sabemos que as casas
que se fragilizam no tempo
são reféns de nova visão
e de mãos sábias e recuperadoras.

E nós sabemos do desespero
de uma planta no seco verão,

é como se tivesse ferida aberta
a esvair-se de sangue
no seu depauperado coração.


José António de Carvalho, 13-setembro-2020
Pintura de Mendes da Costa Belmiro



sábado, 12 de setembro de 2020

Poema "COISAS DOS ASTROS E DO MAR"


COISAS DOS ASTROS E DO MAR



Hoje estou tranquilamente só.
Tão só que olhei o espelho e nada vi espelhado,
Terá passado um cometa e levado o reflexo na cauda,
Arrastando consigo todas estrelas das memórias?

E que é que eu tenho a ver com cometas e estrelas?
Se não fujo nem cintilo em céu algum?

Mas a minha tranquilidade é perturbadora
Como a calmaria em alto-mar que antecede a tempestade.
Em abono disso, diga-se:
Pode ser que não haja tempestade
E fiquemos só pela tranquilidade da calmaria.

Amanhã é um novo dia!

José António de Carvalho, 12-setembro-2020
Quadro de Monteiro da Silva – Pintura a óleo




sexta-feira, 11 de setembro de 2020

Poema "A RUA DO DIA"

Este poema foi lido, no dia 12-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


A RUA DO DIA


Começa cedo, no raiar da aurora.
Minha vida é a rua do dia
Neste andar mais penoso do que outrora
Se bem lá para trás ficou a alegria.

Os passos cada vez mais arrastados,
A rua a cada dia sobe mais.
Meus perónios cada vez mais cansados,
Já foram como as asas dos pardais.

Vejo as casas airosas e caiadas
No seu aspeto angélico mas obscuro,
Com as portas e janelas fechadas
fica o dia envolto num ar impuro.

Na subida surgem nuvens escuras. 
Na rua vou a pouco mais de metade,
E como será bem lá nas alturas
Quando a eterna fadiga nos invade?!…

José António de Carvalho, 11-setembro-2020
Foto de Conceição Silva




domingo, 6 de setembro de 2020

Poema "ESCURIDÃO"


ESCURIDÃO


Enquanto esta minha pele envelhece
neste radiante sol de setembro, 
a minha amargura num rolo cresce
neste agastado caminho, e fenece
nos flashes absurdos qu’ ainda relembro.

E são dois. Que reversos escondidos
por entre nuvens pintadas de negro.
Se fossem pelo menos versos lidos,
com a boa intenção de os ver mantidos
como quem guarda tesouro em segredo.


José António de Carvalho, 06-setembro-2020
Foto de Conceição Silva




sexta-feira, 4 de setembro de 2020

Poema "SE É SETEMBRO"

Este poema foi lido, no dia 05-setembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica, e no programa de 11-setembro-2021.

SE É SETEMBRO

É como um vão de saudade
Da primavera escondida,
Dum verão sem medida.
Um vírus que é realidade.

É um abrir de livros fechados
De sonhos sonhados e encantos,
De ventos a arrastar prantos,
Olhares despertos e amargurados.

Nos cestos carrega-se a fome
Das chuvas e das orvalhadas,
No frio vestem-se as madrugadas
Em luares escusos sem nome.

Se é setembro…
Lembra a chuva, o frio, o vento.
É um “puxa-braço” do Inverno.
Mas um setembro morno
Carrega delícias pró Outono.

José António de Carvalho, 04-setembro-2020
Foto de Conceição Silva



quinta-feira, 3 de setembro de 2020

2º Sorteio do livro "Sente, Logo Vives e Sonhas" - 30.000 visualizações do blogue

2º Sorteio

do livro "Sente, Logo Vives e Sonhas" - 

30.000 visualizações do blogue



Seguidores do blogue - Participantes no sorteio


1

Rosaly Ly Aly Fleury

2

Rosário Freitas

3

Manuela Araújo

4

Jorge Faria

5

Sarkis Celia Sarkis

6

José Narciso

7

Antonio Alfaro

8

Sandra Escudeiro

9

Arnaldo Barbosa

10

Nell Morato

11

Rose Mary Reyes

12

Manuel Mar

13

Francisco de Assis Silva

14

Efigênia Coutinho Mallemont

15

Mais Que Sonhar

16

Talentos da Periferia de S. Paulo - SP

17

Adelaide Maria Simões Rosa

18

Manuel S. Fernandes

19

Maristela Farias

20

Pedro Magalhães Canha

21

Person XXI

22

Margarida Baptista - (Premiada  - sorteio 04-09-2020)

23

Anabela Carvalho

24

Ana Silva

25

Susana Pinheiro

26

Juliana Nunes

27

Alcina Carvalho 

         

28


Marisa Relva (premiada no 1º sorteio, por isso, não fará parte deste)         






terça-feira, 1 de setembro de 2020

Poema "MURO"


MURO


Vejo a vida uma passagem estreita.
E receio o que há do lado de lá.

Será outra vida também desfeita?
Outro sonho, desse sonho que não há?

Do outro lado será sempre o futuro.
Sempre a mesma dúvida, se ela existe…

Uma vida até a esse enorme muro,
esse muro, teimoso, que resiste.

Fiquemos por cá na lamentação,
lambendo as feridas do coração.


José António de Carvalho, 01-setembro-2020
Foto: depositphotos



quinta-feira, 27 de agosto de 2020

Poema "FRIO DE VERÃO"

Poema agraciado com Diploma de Participação na - ACCADEMIA POETICA MONDIALE "ERATO" PORTOGALLO - Representada pela amiga das letras Rosa Céu.


FRIO DE VERÃO


Há um frio velado em cada canto da casa,
nos olhos nublados pelo tempo e pela glória.

Um frio cortante nas gavetas da memória,
vencedor traiçoeiro no mais duro golpe de asa.

Um frio dilacerante nas águas do rio,
alojado no coração num caudal disforme.

Um frio nos olhos que tudo gasta e consome,
planícies, montes... e a magia da sua história.

Um frio que se apossa do corpo e que o extravasa,
matando o sentido da vida segura em fio.

Um fio de voz no frio da tarde sem brio
e nos tropeções das palavras mudas da casa.

José António de Carvalho, 27-agosto-2020
Quadro de Maria Brito





segunda-feira, 24 de agosto de 2020

Poema "JARDIM DE ROSAS "

Este poema foi lido, no dia 29-agosto-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


 JARDIM DE ROSAS

Tinha um jardim cheio de rosas.
Tantas rosas de várias cores,
também vermelhas, tão sedosas...
Mas que doce mel, essas flores.

As pétalas eram veludo,
suaves ós dedos, a tudo…

Mas deixaste de assim as veres,
o encanto das mil e uma cores,
não só dessas da cor do amor,
mas também de outra qualquer flor
que lá se tivesse criado.

Que solo desafortunado!...

Olhas-lhe no tronco e não a flor, 
tão pouco queres ver a cor.
Só pedúnculos espetados
num chão que te parece morto.

Só hastes e tantos espinhos
Em troncos tristes… e sozinhos.

José António de Carvalho, 24-agosto-2020
Foto da internet


domingo, 23 de agosto de 2020

Poema "SE NADA RESTA"


SE NADA RESTA 


“Cai o Carmo e a Trindade…”

Estando nós no meio dela,
duma manhosa tempestade,
asfixiando-se os soluços
pela sangria dos recursos
no parapeito da janela.

Como sempre gosto de vê-la
com seus ares de Cinderela.
Mas cortou a corda ó Romeu,
que caiu como ovo no chão,
e num surdo suspiro em vão
lá fechou os olhos e morreu.

“Cai o Carmo e a Trindade”,
e tudo o resto é saudade…

José António de Carvalho, 23-agosto-2020
Quadro do Museu Arqueológico de Lisboa


quinta-feira, 20 de agosto de 2020

Poema "NUMA MARQUESA"

Poema de participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 21-agosto-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", e com dez palavras retiradas de um poema da Marquesa de Alorna (amor, crime, atração, pecado, agitado, unem, afinidade, converter, razão, defender).

Também foi lido, no dia 29-agosto-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica. 


NUMA MARQUESA


Soubesse eu defini-lo em branca cor…
Amor - Gerado na raiz da paixão,
Crescido como pecado em calor
De lava incandescente de vulcão.

É crime senti-lo brotar do peito?
Se a atração é mais forte que a da Terra,
Em polos harmonizados num leito
Agitado como as armas na guerra.

Defender a linha do sentimento,
Dar razão à ordem do coração,
É converter em sorriso o lamento,
Que unem os seres em pura dação.

E quando perco esse rasto do raio,
A afinidade do céu com o sol,
Dispo-me de mim, e nunca mais saio,
E tranco as portas como um caracol.

José António de Carvalho, 19-agosto-2020
Foto de Conceição Silva




domingo, 16 de agosto de 2020

Poema "HÁ DIAS PRA SEMPRE"

Poema lido, no dia 22-agosto-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica. 

HÁ DIAS PRA SEMPRE

Há dias em que tudo chove
Tal é a tristeza que sinto,
Em que a esperança que me move
Perde-se nesse labirinto.

Outros dias há, cai um orvalho
Que é leve como o algodão,
Penso-te a ires para o trabalho
E só vais no meu coração.

Uma partida que, sei lá,
Por muito que me perguntem,
Digo-lhes que razões não as há,
Se só há razões que nos juntem.

José António de Carvalho, 16-agosto-2020
Pintura de Belmiro Mendes da Costa



sexta-feira, 14 de agosto de 2020

Poema "HINO DO POVO"

Poema de participação no programa "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 14-agosto-2020, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites"


HINO DO POVO

Canta, canta porque é novo
Este cantar verde e florido,
Porque é hino deste povo
Cuja esp’rança tem esquecido.

Cantar a esperança florida
Na força de tanto trabalho
É andar com a pátria erguida
Tão alto como se eleva o malho.

Bem do alto todos nos malham
Os "barrigudos" do país,
E o suor dos que trabalham
É um jato de chafariz.

Mas quem canta seu mal espanta,
Dores frias que na vida sente,
Esses nós cegos na garganta
São voz muda de tanta gente.

José António de Carvalho, 14-agosto-2020
Quadro de Monteiro da Silva