OS MEUS NÃOS
Há espaços que não preencho
Há espaços que não preencho
Porque as noites escurecem numa louca ânsia de espera,
E versos que não digo
Porque as melodias são apenas amigas das estrelas.
Há paisagens que não olho
Porque a natureza apenas deslumbra os olhos apaixonados,
E maresia que não sorvo
Porque os mares se fecham para mergulharem nas marés.
Há amigos que não vejo
Porque os meus olhos choram a falta de nitidez,
E sentimentos que não tenho
Porque os rios perdem os seus caudais nas agruras dos estios.
Há caminhos que não faço
Porque a liberdade dorme… e morre-me nos braços cansados,
E flores que não cultivo
Porque elas são apaixonadas pelas brisas ténues e perfumadas.
Há versos que não escrevo
Porque a inspiração dilui-se nas areias finas dos desertos,
E amores que não canto
Porque só canto os amores que criam raízes neste meu canto.
José António de Carvalho, 11-maio-2020
Foto da minha autoria
https://youtu.be/f9J5KicFVxk
Formidavel canto aos Naos!
ResponderEliminarMuito obrigado pela leitura e comentário, amiga Ana Costa Silva!
EliminarMesmo que se dilua..Cante!
ResponderEliminarMuito obrigado pela leitura e comentário, amiga e escritora Marilene Alagia Azevedo!
EliminarSão estas maravilhas que me enriquece ❤️serei eu sempre um poema por sou filha da poesia ❤️
ResponderEliminarMuito obrigado por comentário tão poético! Não quer assinar o comentário para saber a quem agradeço? Muito obrigado! Bom dia!
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