Deixa-me tocar-te por dentro
no espaço que as aves entram
nos seres que assim acordam
de tempestades violentas.
Deixa a água ir até ti
aveludar-te em doce clima,
romances que nunca vivi
entrados ouvidos acima.
Deixa que a melodia vá
nas ondas, se ninguém as vê,
notícias do universo dá
do amor que tanta gente crê.
Deixa espalhar por esse mundo,
ao sabor de um simples verso,
animando a cada segundo
a vida, com o seu regresso.
José António de Carvalho, 18-fevereiro-2021