REDEFINIÇÕES
Deixa que o vento coloque as folhas no lugar certo
onde farão a almofada macia que te acalme o sono.
Deixa que o sol te entre pela janela todas manhãs
e te beije o rosto em carícias de primaveras.
E voltarás a ser água fresca para a minha sede
e mar calmo para o turbilhão da minha paixão.
E rende-te ao perfume das flores que se abrem
em todas as manhãs para te doarem sorrisos.
E redesenha os pontos cardeais de onde sol nos vê
e de tão deslumbrado nasça em qualquer ocaso
matando todas as marcas da rosa dos ventos.
Que os olhos brilhem os reflexos da cor do céu
e vejam as nuvens passarem suavemente,
sobrepondo-se uma e outra, e outra, e outra…
em movimentos leves de beleza e de êxtase.
José António de Carvalho, 11-outubro-2019
Foto de Conceição Silva