terça-feira, 26 de janeiro de 2021

Poema "DIA DE TUDO OU NADA"

Este poema foi lido, no dia 30-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


DIA DE TUDO OU NADA



Quando penso que é dia de uma coisa,
Depois vejo que afinal era dia de outra coisa.


Hoje é dia de tudo.
Mas é também dia de nada.
E se todos os nadas alcançam o tudo,
E o tudo esvai-se por entre dedos
Não restando mesmo nada.


Tudo e nada
Parecem a mesma coisa.


É assim que nunca me iludo:
Nunca fui nada.
Nunca tenho nada.
Nunca quero nada.


Além disso, o tudo eu sinto,
Porque tenho tudo e nada.
Se lhes disser que é só o nada,
Também lhes minto…


José António de Carvalho, 26-janeiro-2021
Pintura de Monteiro da Silva – ARTE CELANO GRUPO DE ARTISTAS





sexta-feira, 22 de janeiro de 2021

Poema "TRÍADE DE ILUSÕES"

Este poema foi lido, no dia 23-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


TRÍADE DE ILUSÕES


Não sei bem o que vejo,
Não sei bem o que sinto,
Nem sequer tenho o ensejo
De despertar de um beijo
Com um bravio instinto
De um animal faminto.

Disse-me o coração
Que vida tão ilusória,
Tem a fina função
De iludir a razão
Na placa giratória
Onde se faz a história.

Provei, assim, esta regra,
Ensaiá-la não quis, 
Foi uma besta negra
Que diz que nunca verga.
Ora morta p'la raiz...
Só me faz infeliz. 

José António de Carvalho, 22-janeiro-2020
Foto de Conceição Silva





sábado, 16 de janeiro de 2021

Poema "O SONHO DA ESPERANÇA"

Participei com este poema no primeiro programa de 2021, do "Livro Aberto" da Rádio Voz de Alenquer, emissão de sexta-feira, 15-janeiro-2021, da autoria da amiga Ana Coelho, rubrica "Criatividade Sem Limites", dedicado ao grande poeta Mário de Sá Carneiro, e inclui 8 palavras do seu poema "ESPERANÇA".


O SONHO DA ESPERANÇA


A Esperança vive isolada
No meio de tudo e de nada.

Um dia. Sim. Um dia certo.
Porque desse dia em diante
Confrontou-se a si mesma,
Num confronto de verdade,
Se tivera um mero sonho
Ou se era tão pura realidade.

Mas a verdade, eu a reponho, 
Tratara-se apenas de um sonho…

Mas a Esperança não desiste
Desse Sonho que a engana,
E por isso mesmo insiste…

O Sonho promete prá semana,
Que virá ao início da noite,
Numa noite de sexta-feira
Que virá sozinho, e a correr
Prós braços da sua amada.

Chegado à noite de sexta-feira
O sonho tanto cambaleava,
De sóbrio não tinha nada,
Andando de beira em beira…

Assim, não pôde vir a correr,
Tão pouco chegou a tempo
De ver a Esperança morrer….


José António de Carvalho, 12-janeiro-2021
Foto da minha autoria.





quarta-feira, 13 de janeiro de 2021

Poema "É AMOR"

Este poema foi lido, ontem, 22-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


É AMOR

Quando passávamos pelas ruas
Por onde deixámos de passar, 
Víamos flores sorrirem nas varandas 
Vestidas de sonhos nus de impossíveis
Dum caminho que não teria fim.

Agora, enfim, interrogo as flores por mim…

Quando caminhávamos junto ao mar
Os peixes espreguiçavam-se da desova,
Era tão forte o teu perfume a maresia
Que o meu corpo vestia a areia nova
Seduzido pela espuma da onda que ia.

Agora, aqui, interrogo o mar por ti…

Nesta dimensão do regresso a casa 
A sonhar sonhos que cheiram a vão,
E assim eles vão de asa em asa,
Enquanto pego na chave mestra
Para trancar as portas do coração.

Agora, a sós, interrogo a casa por nós…

José António de Carvalho, 13-janeiro-2021
Foto de Conceição Silva - Oceanário (Lisboa)




segunda-feira, 11 de janeiro de 2021

Poema "PESADELO 19 a 21"

Este poema foi lido, no dia 15-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

PESADELO 19 a 21

 

O mundo está tão doente

Mal se segura de pé

Por dores que já não sente,

Vem na rota do sofrer

Pelo vento e p'la maré.

 

E tudo passa a correr

Levando tudo à frente

Até os sonhos de um ser,

Não restando alternativa

a deixar a dor doer.

 

A esperança do conviva

É aglomerar mais gente,

Mas na pior perspetiva

O melhor é ser prudente

E prosseguir a viver…

 

José António de Carvalho, 11-janeiro-2021

Foto de DGS



sábado, 9 de janeiro de 2021

Poema "SONHO E TU NÃO"

Participação no XXVI Evento de Poesia "Encontro Pôr do Sol" do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, a convite da amiga das letras Nilma Soares.

Este poema foi lido, no dia 09-janeiro-2021 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


SONHO E TU NÃO


Se esses teus passos, no final de tarde,
Pesam mais pelas belas flores que trazes,
Se as colhes todo o dia, em alegria...
São pra mim, como fogo que tanto arde.

Depois, quando o sol desce sobre o mar,
Louco, corro na tua direção…
Um fogo que tanto quero apagar
Pelo amor que me queima o coração.

Sentado nas escadas, eu me ponho,
Abrir o sentir à inspiração,
Num sonho, mais do que um único sonho:
- Sonho contigo. E tu comigo… não!

José António de Carvalho, 06-janeiro-2021



segunda-feira, 4 de janeiro de 2021

Poema "MINHA MODESTA CASA" (Soneto)


MINHA MODESTA CASA


Vestida cor da cal, verão a verão.
Nua dia e noite, ao sol e vento,
À Chuva e calor… como um coração.
Nela meus doces sonhos alimento.

O verde faz-lhe vénias. E as mil cores
Dão-me a calma. Assim fujo desse inferno
De mundo. E quando falo com as flores
Mato as dores geradas pelo inverno.

E nasço em manhãs puras d'alegria
Em que desato nós ós sentimentos
Para os deixar voar em poesia.

Olho o monte, e tão perto me delicio
No jardim do palácio, verde e fresco…
Amo o milho a sorrir ó casario.

José António de Carvalho, 04-janeiro-2021 (Versão II, Poema revisto)
Pintura de Maria Brito - ARTE CELANO GRUPO DE ARTISTAS






terça-feira, 29 de dezembro de 2020

Poema "VELHO OU NOVO"


VELHO OU NOVO

Venceu-me tão completamente 
Um ar negro de letargia,
Por mais um ano que se finda
E p'lo que no ano se passou…
Pergunto: Quantos viverei ainda?...

Só sou quem eu sou, mal ou bem,
Perdi dos olhos a alegria
Vejam bem como é que estou,
Rindo da esp'rança que não vem
No caminho por onde vou.

Peço assim no particular
Pra todos em geral, também,
Que seja um ano especial
Com saúde, um bem singular…
E não falte o amor a ninguém!!!

José António de Carvalho, 28 de dezembro-2020
Foto de Conceição Silva



segunda-feira, 28 de dezembro de 2020

Poema "MAIS UM ANO" (Acróstico)



MAIS UM ANO



Foi-se sem mais voltar,

Impensável no jeito,

Miserável para amar.



Desligou-se do peito

Enlaçado na maior dor,



Aninhou-se na alma

No meio deste deserto.

Outro ano chegará… é certo!

 

José António de Carvalho, 28-dezembro-2020

Pintura de Mendes da Costa Belmiro (Arte Celano Grupo de Artistas)




sábado, 26 de dezembro de 2020

Poema "NESTE NATAL"


NESTE NATAL

Os sinos soaram baixinho
Tementes do frio da noite,
As melodias ouviram-se mal
Pelos cortes nas lembranças
Do mágico toque do sininho.

As prendas caíram em açoite
Como se fosse um vendaval,
Assustaram tanto as crianças
Que choraram muito baixinho
Como se não houvera Natal.

José António de Carvalho, 26-dezembro-2020
Pintura de Nick Ghafari (in Arte Celano Grupo de Artistas)



domingo, 20 de dezembro de 2020

Declamação do poema "CANÇÃO FORA DE TOM"


CANÇÃO FORA DE TOM 

Não tenho letras para a letra, 
Nem a varinha de condão 
Para descobrir o teu beta 
E cantar contigo a canção. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

O som sai no tom mais confuso 
Quando vibram as cordas lassas 
Como roca tonta e sem fuso 
Quando quero ver-te e não passas. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

Carrego o dedo nesta nota, 
alto tom para a ocasião, 
Nesta batalha não há derrota 
Mais cruel para o coração. 

Pergunto ao vento que sopra 
O refrão da nossa canção. 

José António de Carvalho, 02-dezembro-2020





sábado, 19 de dezembro de 2020

Texto "E AGORA QUE É NATAL… "


E AGORA QUE É NATAL… 

Fiquei atrapalhado sem saber o que escrever. Talvez por este Natal apanhar toda a gente desprovida dos sentimentos natalícios a que nos fomos habituando ao longo da vida. 

Talvez andemos todos amedrontados e ansiosos, meios escondidos nas sombras, espreitando, aqui e além, pelas frestas dos dias, a Luz que queremos manter acesa. 

Depois… há infindáveis fios dourados pendurados no presépio do Homem que são necessários cortar. E virão ao de cima as linhas negras que a humanidade, ao longo dos tempos, fiou com desprezo na máquina do saber, e do vencer. 

Já tenho dúvidas se este Natal não será mais verdadeiro do que todos os outros. Se este Natal não nos irá redesenhar na nossa real dimensão. 

Se assim for, sentir-nos-emos pequenos, escondidos de nós mesmos e do inimigo que nos quer matar. Tal como o menino Jesus nasceu: Pequeno, Indefeso e Escondido. Mas deixando-nos como exemplo a magnanimidade e humildade ao longo da sua Vida. 

A isto chamaremos Caminho e Luz. E assim, sobreviveremos, e viveremos com Amor este Natal.

José António de Carvalho, 10-dezembro-2020
Certificado do programa "Livro Aberto"  de Ana Coelho - Rádio Voz de Alenquer 






sexta-feira, 18 de dezembro de 2020

Estamos muito perto das 50.000 Visualizações do Blog. CLIQUE AQUI...



Números e representação gráfica.

Em 08-abril-2021 temos um total de 44.206 visualizações do blog, essencialmente oriundas do nosso país (54,7%), depois segue-se o Brasil com 16,4%, decréscimo acentuado nos últimos meses, USA com 16,2%, representa uma subida do número acessos ao blog. O maior destaque de aumento das visualizações vai mesmo para a vizinha Espanha, seguida do Canadá e EAU.



Representação gráfica












quarta-feira, 16 de dezembro de 2020

Poema "ISOLAMENTO DE NATAL" (E-book de Natal 2020 do Solar de Poetas)



Primeiro poema da minha participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.
Agradeço aos amigos das letras Rosa Maria Santos e José Sepúlveda a oportunidade concedida pelo terceiro ano consecutivo.


ISOLAMENTO DE NATAL


Vou sonhar com uma linda estrela
Que de longe virá visitar-me,
Será entre as outras a mais bela,
Por eu estar só, virá consolar-me.

Este Natal sem nada, vazio,
A lembrar a árvore despida.
Sem amor, fugiu, esse vadio,
Com os elos que ligam a vida.

A lareira matará o frio,
Na entrada pelo postigo aberto,
Comendo da noite esse ar sombrio
Que a alma carrega pelo deserto.

A estrela prosseguirá no céu,
Luz num mundo desafortunado,
Mostrando o caminho que é seu
Pra quem sofre um Natal confinado.

José António de Carvalho, 30-novembro-2020
Foto do Certificado de participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas 
Foto da internet







sábado, 12 de dezembro de 2020

Poema "PERGUNTAS E PINHAS DE NATAL" e-book Solar de poetas

Primeiro poema da minha participação no e-book de Natal 2020 do Solar de Poetas e Poetas Poveiros e Amigos da Póvoa.
Agradeço aos amigos das letras Rosa Maria Santos e José Sepúlveda a oportunidade concedida pelo terceiro ano consecutivo.


PERGUNTAS E PINHAS DE NATAL

Interrogo o vento p'la direção,
A chuva incessante que faz a cheia,
O frio que leva os dedos da mão.

Interrogo por que as secas esmirram
Esse silêncio nas bocas cerradas
E lágrimas que nos olhos espirram.

Interrogo toda a mente egoísta
P'lo materialismo exacerbado
No tenebroso culto do "eu" endeusado.

Interrogo da beleza da flor
Qual a razão p'ra haver gente sem pão
Ou qualquer Natal sem ninhos de amor…

José António de Carvalho, 21-novembro-2020
Foto da internet
Certificado de participação no e-book



quinta-feira, 3 de dezembro de 2020

Poema "CANÇÃO FORA DE TOM"

Participação no XXII Evento de Poesia "Encontro Pôr do Sol" do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia, a convite da amiga das letras Nilma Soares. 


CANÇÃO FORA DE TOM

Não tenho letras para a letra,
Nem a varinha de condão
Para descobrir o teu beta
E cantar contigo a canção.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

O som sai no tom mais confuso
Quando vibram as cordas lassas
Como roca tonta e sem fuso
Quando quero ver-te e não passas.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

Carrego o dedo nesta nota,
alto tom para a ocasião,
Nesta batalha não há derrota
Mais cruel para o coração.

Pergunto ao vento que sopra
O refrão da nossa canção.

José António de Carvalho, 02-dezembro-2020
Foto minha (António Zambujo e Banda, Casa das Artes, Vila Nova de Famalicão)







segunda-feira, 30 de novembro de 2020

Poema - "A CAMINHO DO OURO"


A CAMINHO DO OURO

Abre-se a porta do precipício, 
Numa descida desenfreada, 
Homens que trabalham em mau ofício, 
Lâmpada na cabeça apagada, 
Indo só a caminho do auspício.

Lá vão assim, esquecidos da morte,
Perfurando a vida sem seguro,
Com sofrimento fazem a sorte
Nessa fonte que brota do escuro
E que a sua nascente não aborte.

Pela sombra de cada rochedo
Onde desliza a água mais pura,
A pedra mais dura é o medo,
Meio de transporte prá loucura
Perdido na busca dedo a dedo.

A procura um dia há de findar
Entre os lingotes que a vida tem,
Que nos leva ou deixa no lugar,
Sem crer que na saída haja alguém
Que da mina nos queira tirar.


José António de Carvalho, 26-novembro-2020
Foto de uma mina em Cracóvia, Polónia







domingo, 29 de novembro de 2020

Poema "ASAS DE OURO" - Concurso "Fado e Letras (Homenagem à Diva do fado, Amália Rodrigues)

O meu poema foi vencedor (ex aequo Alberto Cuddel e Ana Júlia Casimiro)

O evento foi apresentado e moderado por:
- Ana Coelho (RVA)
- Maria Eugénia Ponte (Escritora e co-fundadora do Grupo AlenCriativos)
- Helena Assunção (Biblioteca de Alenquer)

Elementos do júri:
* Ana Pita Vasconcelos
* Helena Assunção
* Augusto Sousa


ASAS DE OURO

Pobre e nobre do Fundão
Onde o tempo mais castiga
Não registada no balcão,
Mas lá nasceu a rapariga.

Mais tarde cinco verões
Num assento de Lisboa
Nasceria prás canções,
Fado “penas” e “malhoa”.

Bem cantou o grande Camões
D. Dinis, Ary, O’Neill e Alegre,
Mas pra tão lindas canções
Um simples poeta serve.

A nossa diva do fado
Que voou por todo o mundo
De sentimento amarrado
Arrancado bem do fundo

Do peito deste país.
Um firme grito no estio
Com cetro de imperatriz:
Povo que lavas no rio…


José António de Carvalho, 19-novembro-2020
Foto de Amália Rodrigues



https://www.facebook.com/100000207183844/videos/4123218201028379

quinta-feira, 19 de novembro de 2020

Poema "SOU DE NADA" (Versão II)

Poema de participação no XX Encontro Pôr do Sol, do Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia.

Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


SOU DE NADA


Para escrever preciso estar feliz.
Quando estou triste, choro. Faz-me bem.
Só escrevo o que o coração me diz
Mesmo sem o dizer a ninguém.

Sei que ninguém me irá acreditar,
Mas o que o meu pobre coração diz
É para que eu viva e seja feliz,
Embora pra isso precise de amar.

Amar sem aspas e sem reticências,
Vírgulas, traços e pontos finais,
Na escrita das maiores evidências
De um amor que atravessa vendavais.

Propus-me vivê-lo enquanto pudesse…
Bem sei que esse amor não voltará mais.

JA13C (Poema reformulado
José António de Carvalho, 18-novembro-2020)
Foto: JA13C (Estátua no Funchal, Ilha da Madeira)





sábado, 14 de novembro de 2020

Poema "O OUTRO LADO"

Este poema foi lido, no dia 14-outubro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.

O OUTRO LADO

A luz do sol viu-a na Hungria
Em França morreu, a oito novembro
Pra se festejar hoje o dia
A onze, S. Martinho, relembro.

Forçado a militar romano
Cedo a Cristo se converteu
Cortou a sua capa de pano
Ó mendigo uma parte deu.

Pouco lembramos da história
Mantém-se a tradição pagã
Sendo apagada da memória
A sua obra na fé Cristã.

Resta-nos desse S. Martinho
As castanhas e bons magustos
Água-pé e provas do vinho
E bom comércio prós astutos.

José António de Carvalho, 14-novembro-2020
Foto “ordinariato castrense”




quarta-feira, 11 de novembro de 2020

Vídeo da declamação do poema "VERMOIM, MINHA TERRA"



Poema de José António de Carvalho

Poema "LÁGRIMA SOLITÁRIA" e Vídeo da declamação


LÁGRIMA SOLITÁRIA



Esse leve cristal ancorado no maior desencanto,
parado na sua nudez à luz do sol, no olho, ao canto.

Juntou-se a outros e outros, tantos mais cristais…
vestiu-se com traje único, de uma só lágrima.

Abandonou a casa húmida e evoluiu desorientada,
deslizou aturdida pelo meio dos enredos do corpo.

Desse corpo vertido numa montanha invertida,
e quanto mais ela descia, mais frio 
ainda sentia.

A lágrima nua, num corpo tão nu quanto ela,
caiu sobre o sapato negro, espelhante e congelou.
O sapato que cobria um pé tão nu quanto o corpo.

E a lágrima aí permaneceu só, congelada e fria. 
Tão fria até à chegada de nova primavera ao coração.

José António de Carvalho, 11-novembro-2020
Foto da internet





segunda-feira, 9 de novembro de 2020

Vídeo da declamação do poema "OS FRACOS", de José António de Carvalho




Este meu poema integrou a Antologia poética "MIMOS DE MARÇO" Que teve a coordenação de Ana Maria Bessa e de João Carlos Brito

O Vídeo da declamação deste poema mereceu uma menção de destaque pela "Accademia Poetica Mondiale "ERATO" Portogallo", através da laboriosa amiga das letras Rosa Céu.



sábado, 7 de novembro de 2020

Poema "AS VOLTAS DA VIDA"


AS VOLTAS DA VIDA

Ando às voltas na vida
Pra ver se encontro saída

Ando às voltas no fundo
Da vida deste submundo

Ando às voltas e presumo
Que encontrarei um rumo

Ando às voltas a cada dia
Na busca de laivos d’alegria

Ando às voltas e mais voltas
E deixo as pontas da vida soltas

Ando às voltas, e qual a razão?
São voltas envoltas no coração,

Dos caminhos retorcidos ou não
Ninguém o saberá com precisão.

José António de Carvalho, 06-novembro-2020
Quadro de Ricardo Martins – ARTE CELANO, GRUPO DE ARTISTAS



quarta-feira, 4 de novembro de 2020

Poema "NÃO POSSO DIZER"

Grupo Arte & Literatura Recanto da Poesia
LlV Encontro Pôr do Sol - Realizado a 26-08-2021
Tema: Na presença do luar, jurei amor eterno
A convite de Nilma Soares

NÃO POSSO DIZER


Era para te dizer, mas não digo.
Porque a cada palavra proferida
Falhar-me-á a voz, e não consigo
Dizer: És a mulher da minha vida!...

Queria dizer-te, o que nunca disse,
Que o amor tem a beleza duma flor,
Que a paixão é como luz a extinguir-se,
E que, amor, faz boa rima com dor.

José António de Carvalho, 04-novembro-2020
Pintura de Madalena Macedo (ARTE CELANO – GRUPO DE ARTISTAS)




segunda-feira, 2 de novembro de 2020

ESTAMOS A PRATICAMENTE 15 MIL VISUALIZAÇÕES DAS 50.000

ESTAMOS COM 34.943 VISUALIZAÇÕES DO BLOG

Estamos a 15.057 das 50.000, e do sorteio do terceiro
livro de poesia e fotografia "Sente, Logo Vives e Sonhas"

Record de visualizações do blog em setembro
3.353 Visualizações





Um enorme obrigado a todos que acompanham o blog e leem os meus poemas.
Bem-hajam!

Um abraço a si! 






sábado, 31 de outubro de 2020

Poema "COM MÁSCARA NO HALLOWEEN"

Sarau de Halloween
Tema: Dia das Bruxas
Convite de Cristiano Múrcia

Participação também em 31-10-2020, no Sarau organizado pela Grupo Poético ALIPE.


COM MÁSCARA NO HALLOWEEN 

Desconfio em todos os dias,
Característica que me define,
Há quem tenha grandes alegrias
Na mágica noite de Halloween.

Fico em casa a escrever, e ler
O que escrevem sobre este dia,
Mas é pelo Covid-19 temer
Porque não é nenhuma fantasia.

Quem sabe se isto melhorará
E pró ano se fará grande festa
Se esta pandemia terminará
P'ra contar a população que resta.

José António de Carvalho, 31-outubro-2020
Foto net




quarta-feira, 28 de outubro de 2020

Poema "HOJE VI O SOL"

Este poema foi lido, no dia 11-dezembro-2020 (sábado), no programa "As Nossas Raízes", da Cidade Hoje Rádio, da autoria de Manuel Sanches e Suzy Mónica.


HOJE VI O SOL


O Sol estava curioso e claro,
A espreitar com o seu ar vigilante,
Mas triste, cedeu o lugar às nuvens
E ficou em lágrimas, nesse instante.

Com um ar perplexo, entristecido
Ausente. Espreitava aqui e além
Naquele ar duro de foragido
Pra não ter que abraçar ninguém.

E vi esse Sol curioso e claro,
Com sorriso que nunca se viu,
Sentiu esta tristeza que trago
Virou as costas e foi, lá partiu.

Oh… Sol quente da minha vida…
Soubesse eu que amanhã te veria,
Teria grande explosão de alegria
Como se não houvera essa partida.

José António de Carvalho, 28-outubro-2020
Foto de Conceição Silva